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segunda-feira, 30 de abril de 2012

O Clube dos 30

O Clube dos 30:
RIO - Eles foram, nas palavras de Paula Toller, do Kid Abelha, a cara "daquele Brasil que estava começando a poder falar de forma mais direta". Ou então, a "gente fina, elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não" da canção "Tempos modernos", de Lulu Santos. Armados de rock, juventude e vontade de dar início a uma nova era, eles puseram os pés na porta e fizeram de 1982 o ano da mudança na MPB. E, agora, esses sócios eméritos do Clube dos 30, que estavam na linha de frente da invasão roqueira dos anos 1980, se mobilizam para celebrar sua permanência — e a memória da revolução.O momento é de ganhar a estrada para a festa dos 30 anos. Então, lá se vão os cariocas Blitz, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso (todos se preparando para sair ainda este ano em suas respectivas turnês comemorativas) e Kid Abelha (que grava o DVD ao vivo dos 30 anos na sexta e no sábado próximos, no Citibank Hall). Da turma de São Paulo, tem os Titãs, que planejam para o segundo semestre um show celebratório reunindo antigos integrantes, mas começam a festa no Rio, dia 4, no Circo Voador, com o show do disco "Cabeça dinossauro" (seu clássico, de 1986, que volta numa edição remasterizada, com um CD extra de versões demo das músicas).
Os marcos são diferentes para cada banda — mas todos são de 1982. Foi quando Barão e Blitz lançaram seus primeiros LPs ("Barão Vermelho" e "As aventuras da Blitz"). E quando Paralamas, Kid e Titãs fizeram seus primeiros shows. Igualmente em 1982, o Circo Voador foi inaugurado nas areias do Arpoador, e a Rádio Fluminense FM, de Niterói, ganhou uma programação roqueira e nova alcunha: Maldita.
Vindo do grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, Evandro Mesquita levou as lições do palco para a Blitz, a primeira banda da geração a estourar de fato, em 1982, com a canção "Você não soube me amar". Uma conquista a ser celebrada em 2012 com uma turnê de 30 datas e a realização de um documentário.
— A juventude queria se ouvir — diz Evandro. — Queria música com aquele tom coloquial, direto, sem preocupação panfletária. A gente estava no mesmo nível de informação do Arrigo Barnabé, mas queria ir no Chacrinha.
Num ano em que alguns dos maiores sucessos do rádio no Brasil foram "Asa morena" (Zizi Possi), "O que é, o que é?" (Gonzaguinha), "Fera ferida", "Amiga", (Roberto Carlos) e "Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor" (Amelinha), as canções da nova geração, compreensivelmente, causaram espécie.
— Nossas músicas eram sexo, drogas e rock’n’roll. O que tocava na rádio na época era muito careta — avalia Guto Goffi, baterista do Barão Vermelho, banda que, além da turnê dos 30 anos, prepara uma edição remasterizada, com faixas-bônus, do seu disco de estreia.
Para Bruno Fortunato, guitarrista do Kid Abelha (banda que voltará a tocar, com arranjos originais, canções de sua fase inicial, como "Alice" e "Seu espião", para o show de gravação do DVD), o que marcou a turma de 1982 foi a vontade de mudar o enfoque musical.
— Era uma época de engajamento político, e a gente queria fazer uma música sem essa carga toda — diz.
— A gente estava cansado de ser censurado. Aí, teve uma nova geração, a do teatro besteirol, que veio chegando pelo lado da galhofa. E nada melhor do que o rock para liberar isso tudo — explica Eduardo Dussek, cantor revelado na MPB, que, em 1982, lançou o bem-sucedido "Cantando no banheiro", um disco de rock, no qual se uniu aos então novatos Leo Jaime (autor de "Rock da cachorra") e João Penca & Seus Miquinhos Amestrados.
— Eu disse para a gravadora que o rock ia estourar. Havia então uma necessidade de festa — conta Dussek, até hoje refém das canções de 82, que não saem do seu repertório.
— Todo mundo que estava envolvido em movimentações artísticas formou uma banda de rock naquela época — lembra George Israel, saxofonista do Kid Abelha.
João Barone, baterista dos Paralamas (que, junto com a turnê dos 30 anos, deverão lançar uma caixa com a discografia completa da banda, acrescida de algumas inéditas), recorda os percalços:
— Naquela época, tocar em uma banda de rock era meio como fazer parte de uma sociedade iniciática. Era difícil até conseguir instrumentos.
Irritando os punks
Espaços para shows também eram poucos. Ainda mais para os Titãs, que chegaram em São Paulo com um misto de new wave, punk, brega, reggae e tropicalismo.
— Eram tempos difíceis, a gente fazia show onde dava — diz o guitarrista Tony Bellotto. — Tocávamos para os punks e eles ficavam putos!
Para Bellotto, o sucesso da Blitz foi fundamental para que os Titãs fossem adiante:
— Foi a primeira banda que mostrou que era possível. E teve o primeiro disco do Lulu Santos, que, apesar de não ser banda, tinha uma música esteticamente próxima do que a gente pensava.
Artista que estreou em LP solo em 1982 ("Tempos modernos"), Lulu se diz fora "do barco das celebrações balzaquianas". Lobão (ex-baterista da Blitz, que também lançou em 1982 seu primeiro LP solo, "Cena de cinema"), igualmente: está concentrado na composição de um novo disco ("Deixa que a história cuide do ‘Cena’. Passado é passado", diz).
A regra da geração 1982 era: mandar uma fita para a Fluminense FM e tocar no Circo Voador. Espaços conquistados com muito esforço.
— No princípio, o Circo não era musical. Ele era do circo, da dança, do teatro. Mas aí veio todo mundo. A Rádio Fluminense tocava as fitas cassete das bandas, e elas ensaiavam só para tocar no Circo — diz Perfeito Fortuna, fundador da lona, que recentemente foi entrevistado para um documentário sobre o espaço, que vem sendo realizado por Roberto Berliner e Pedro Bronz (o novo Circo, capitaneado por Maria Juçá, está produzindo outro documentário).
Longo alcance
Enquanto isso, em Brasília, uma turma olhava com assombro o que acontecia.
— Lá, o rock era muito diferente — diz Philippe Seabra, vocalista e guitarrista da Plebe Rude, banda que ajudou a fundar na cidade em 1981. — Nossa realidade era cinza. Até para tocar em lanchonete tínhamos que mandar as letras para a Censura.
Mas o sucesso da Blitz deu um alento a Philippe:
— Eu cheguei pro Renato Russo e falei: se eles fazem isso, nós também podemos!
Renato, então, acabara de fundar uma tal de Legião Urbana, banda que ajudaria a escrever o capítulo seguinte do rock brasileiro.

Entrevista: o novo disco e os novos riscos do Holger

Entrevista: o novo disco e os novos riscos do Holger:

Um ano e meio se passou desde o último disco do Holger. Sunga posicionou os cinco garotos de São Paulo como uma das novidades mais autênticas e efervescentes da música brasileira nos últimos anos. Uma dezena de shows, uma centena de novas descobertas sonoras e 34 mil quilômetros rodados em turnê depois, o Holger é outra banda. Vestiu de vez a camisa verde e amarela, passou a compôr em português, deixou de querer ser o Pavement brasileiro e voltou a escutar axé – não num contexto tosco, debochado, ou coisa parecida.
Em entrevista ao Move That Jukebox, quatro dos cinco caras falaram sobre o processo de criação e gravação do novo álbum, que viagens de carro e experiências praianas foram fundamentais para o novo trabalho e que “o melhor grupo indie é aquele que surge sem a pretensão de ser propriamente indie”. Além de escancarar uma certa falta de afinidade com o Foster the People.
A entrevista abaixo aconteceu na varanda da casa do Pata, vocalista do Holger, enquanto o Move ouvia com exclusividade à versão demo do próximo disco, que será lançado em agosto deste ano. É a primeira vez que a banda fala abertamente sobre o novo trabalho após o término das gravações, nos estúdios da Trama. É também a segunda entrevista deste blog com o Holger – a primeira foi em setembro de 2010, dois meses antes do Sunga. Uma avalanche de coisas mudaram desde então – mas os anseios, a ginga e o espírito de moleque tropical do grupo continuam exatamente os mesmos.
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Não dá pra começar a entrevista sendo menos direto: o que vocês querem com o disco novo?



Pata: A gente só quer ser livre. Estamos nos arriscando de várias formas, trabalhando com um monte de gente diferente, caminhando pra lados que a gente nunca imaginou antes. Esse disco chega junto com um novo contexto pro Holger, nós mudamos pra caramba como pessoas e como músicos desde então e o Sunga não é exatamente o trabalho mais coerente com que a gente tá vivendo como banda agora…
Interessante esse lance de vocês dizerem que sempre quiseram ser livres. Não era assim na época do Sunga?



Pata: Óbvio que eu sou satisfeito com o Sunga e agradecido por tudo o que ele deu pra gente. Mas logo depois do disco, eu percebi que aquele não seria um som que eu ouviria, apesar de achar que tava numa qualidade legal.
Tché: É um lance de timing, coisa que foi muito diferente desse próximo. A música mais antiga do Sunga tinha um ano e meio quando a gente lançou o disco. Nesse a música mais antiga tem só seis meses.
É tudo mais fresco, então?



Tché: É tudo mais fresco, e acho que por isso estamos mais empolgados pra mostrar o disco, porque é algo que estamos vivendo agora. Talvez daqui a um tempo a gente ache que… bom, a gente nunca cospe no prato que comeu, mas definitivamente queremos seguir outros caminhos.
Pata: Rolou um longo processo entre um disco e outro. Muita turnê, muito show e muita viagem de carro. Isso mudou tudo. Foram catorze mil quilômetros na gringa e só no Brasil a gente deve ter rodado mais de vinte mil, fomos pra tudo quanto é lugar. E viagens de carro têm algumas particularidades. Você não tá em lugar nenhum, você não tem o que fazer, tá com as mesmas pessoas sempre, então tudo o que você tem que fazer é fumar um, ouvir música e trocar ideia. Tinha hora que a gente se pegava ouvindo coletânea de música dos anos 90, coisa que não pegaríamos pra ouvir sóbrios. Aquilo fazia a gente dar risada, e no momento da risada você percebe “porra, tem um elemento legal nessa música”. E então você começa a se ligar numa parada maior, começa a se aprofundar. A gente começou a discotecar mais também, a música eletrônica foi ficando cada vez mais presente. Ouvimos muita mixtape durante as viagens.
Podem especificar melhor que discos e mixtapes vocês mais ouviram durante as viagens?



Pata: Acho que o primeiro disco que temos que citar é o A Tábua de Esmeralda, do Jorge Ben. A gente ouviu esse disco algumas milhões de vezes. Ouvimos muito Novos Baianos, Tom Zé, Caetano. Muito Paralamas, Sting pra caramba. A maioria das coisas que a gente tava ouvindo era em português. Que sentido tava fazendo cantar em inglês agora? Começamos a nos perguntar, “por que a gente canta em inglês”? Foi uma pergunta que a gente já respondeu um milhão de vezes, dando os mais diferentes tons de resposta. Mas o motivo principal é que é muito mais fácil compôr em inglês.
Capa de A Tábua de Esmeralda, do Jorge Ben, um dos discos mais ouvidos pelo Holger em turnê
Compôr em inglês é mais sonoro?



Tché: É mais fácil, pelo simples motivo de não ser a nossa língua. Você está usando uma máscara, está se arriscando menos. Mas, cara, dá pra compôr em português e ficar legal. Olha o Do Amor, olha o Mundo Livre S/A…
Hmmm… Vocês acabaram de citar um monte de referências “fora do espectro indie” para este próximo disco. Certa vez o Pata me disse que “as bandas indies mais bacanas de se ouvir são aquelas que não se inspiram só no que é necessariamente indie”. Talvez seja o caso de terceirizar fonte de inspiração, né? Beber na fonte de quem já bebeu de uma outra fonte e etc…



Pata: Que é a impressão que dá quando você ouve tipo o Foster the People. Os caras ouviram Passion Pit e Peter Bjorn & John…
Rola: E no palco soam como o James Blunt (risos)!
Pedro: Falando sério, a gente caiu na geração Napster e sempre baixou muita música. São cinco caras na banda, todo mundo sempre ouviu muita música de muitos estilos diferentes e mesmo assim cada um tem um lado mais forte, fases mais fortes. Isso no final ajudou muito a gente a sair desse meio “indie” e procurar fontes mais lá embaixo.
Pata: Foi tipo “se a gente tá indo pra esse lado, vamos assumir o que a gente tá fazendo de uma vez”? E aí os nossos encontros pra fazer música era basicamente ficar sentado aqui nessa varanda, fumando um, ouvindo coletânea de axé, prestando atenção na batida…
Um brainstorm e um momento de pesquisa confortável faz toda a diferença, então?



Tché: Certa vez a gente pegou a bateria do início de um axé, deu um loop, sampleamos aquilo, ficou impressionante… não entrou no disco, mas aí veio a sacada de olhar o axé com outros olhos, como o ritmo foda que ele é de verdade. Escuta aí, Timbalada, “Beija-Flor”. Puta música foda, com um arranjo de percussão maravilhoso, uma melodia doce…
Rola: Axé é foda. É doce, é aquela música que te dá vontade de levantar os braços e ir atrás de todo mundo, tá ligado? É muita vibração.
Tché: Como a gente viajou muito, foi em muito festival, viu muito show, nos aproximamos de sons de um jeito que talvez não rolaria se só estivéssemos ouvindo um disco, sabe?
Pata: Fizemos setenta e sete shows no ano passado. Sem falar em ensaio, participação em rádio, TV… a gente tava tocando tanto que estávamos nos tornando melhores músicos, numa sintonia muito grande entre a gente. Eu conhecia minha guitarra mais do que nunca, pesquisei o efeito que queria com ela pra buscar uma nova sonoridade. Acho que eu tô no meu auge como músico.
Viajando em turnê, acredito que vocês puderam perceber como o nosso país é rico pra caramba, né? O que de mais legal vocês descobriram cruzando o Brasil?



Tché: Teve uma vez que a gente foi pra Porto Velho e aí resolvemos sair à noite. Vimos uma bandinha tocando lá, da cidade mesmo, foi foda. Era um repertório de covers, coisa simples, mas essa experiência do “som local” pode ser comparada a quando você está em Austin, no Texas, e vê uma banda fudida de lá também…
Essa pegada regionalista no som das bandas de hoje tá assumindo proporção de tendência, né? Bandas brasileiras querendo fazer som brasileiro de verdade, ao contrário do que a gente viu há alguns anos, quando as produções do indie rock nacional eram bem semelhantes, mais pasteurizadas e tal… isso tem tudo a ver com o Holger, né?



Rola: É exatamente isso. A gente quer pegar esse tom regionalista e transformar em música pop coerente com a nossa proposta como banda.
Pata: Cara, o Brasil é o lugar mais legal do mundo e isso anda muito óbvio pra qualquer um agora. É muito rico culturalmente… é muito foda, tá ligado? Eu não quero parecer uma banda indie americana. Eu quero parecer uma banda de São Paulo.
Rola: É, uns malucos de São Paulo, (risos)!
Tché: Isso de parecer americano vicia as bandas, é natural, porque é lógico que tem música de qualidade nos Estados Unidos e chega muita coisa pra nossa geração. Não tem como fugir dessa influência. Mas a gente tá falando de uma questão de identidade e aí vem esse lance do auge. Nesse disco conseguimos nos encontrar melhor e talvez a gente ainda vá além. O Sunga tem muito dessa influência indie gringo, o Green Valey então… cara, a gente queria ser o Pavement, o Wilco…
Pata: Dessa vez a gente só quer ser a gente.
Nos intervalos das gravações do novo disco… | Fotos: Reprodução
Pensando numa perspectiva além de música, o que mais influenciou vocês na gravação desse disco? Mulher, sol, praia, Brasil, calor?



Pata: A vida, cara (risos)! Bom, eu tranquei minha faculdade, o Rola também, o Che largou o trampo dele…
Pedro: É por aí, todo mundo parou pra fazer esse disco mesmo. E isso influenciou em várias coisas. O Tché falou uma vez uma parada que fez todo sentido: “cara, como a vida à tarde é gostosa”. E como todo mundo estudava e trabalhava, a gente não vivia a tarde de forma livre. Decidimos começar a ter isso. Eu acordava, vinha de metrô pra cá, a gente ia a pé pro Mancha, de tarde, ficava ouvindo o barulho da rua…
Tché: O lance com o Mancha foi muito importante, foi decisivo. A gente fez um esquema com ele pra compôr o disco lá na casa dele, que é um lugar muito aconchegante…
Rola: A Casa do Mancha é mesmo uma casa no final das contas, né? Uma casa que na verdade não é de ninguém, porque ninguém passava o dia lá, então acabou sendo a nossa segunda casa durante a gravação do disco…
Pata: As pessoas que trabalham lá são demais. Eu já trabalhei no bar…
No bar do Mancha?
Tché: Porque ele quis, ele pediu (risos)!
Mancha (Casa do Mancha) e Dago (Neu Club/Avalanche Tropical) | Fotos: Reprodução
Pata: A gente fez tudo sem pressão durante o processo de composição. Tudo o que a gente fazia era tipo uma jam de algumas horas. Gravando no iPhone mesmo. Chegava lá, sentava e ficava tocando, quieto, durante uma hora, duas…
Rola: Aí parava, fumava um cigarro, começava a ouvir um som…
Pata: Depois a gente mandava pro e-mail de cada um e falava: “porra, cara, essa guitara aqui ficou legal!” A gente dava uma editada em tudo e assim fomos construindo o esqueleto das músicas. Fomos pro estúdio com menos de metade das letras prontas, mas com todas as estruturas delas prontas.
Pedro: O que influenciou na gravação do disco foi isso, a gente ter chegado no estúdio com muitas ideias. Com quase músicas. E não dá pra não falar do Alex, que foi o produtor certo na hora certa…
Quando eu fiquei sabendo que era o Alex do Lemonade quem ia produzir o disco de vocês foi muito complicado segurar pra não soltar.
Pata: Você foi o primeiro a saber!
Falem um pouco do trabalho com ele. É um cara muito talentoso, né?
Pata: Ele é muito! Muito! Ele é um gênio, cara.
Pedro: E a gente nem sabia o quanto! O Alex é um gênio, ele é foda. Quando ele chegou a gente não sabia quantas habilidades ele tinha.
Rola: Ele é formado em Música e, o mais legal de tudo, vem da música eletrônica.
Pata: Tanto é que ele chegou no estúdio com um Manual de Gravação, porque ele falou: “cara, faz um tempo que eu não gravo uma banda, então eu trouxe esse livro pra ajudar e tal”.
Rola: Ele deve fazer tudo em live, né, cara? Vai pro estúdio e usa só Protunes e Logiq.
Tché: Tipo aqui, ó: (Pata aumenta o som da varanda e todos param pra escutar a demo de uma das faixas do novo disco) Tudo isso aqui são instrumentos eletrônicos, tudo feito em live. Foi assim que a gente começou a construir o álbum. Essa música foi a que a gente fez com o Bonde, e ela mudou muito com o Alex. Ela era bem mais indie e ficou bem mais pancadão, mais suingada.
Pata: O Alex chegou aqui em dia 7 de janeiro. No dia 9 de janeiro a gente começou a trabalhar, a gente gravou todas as bases das músicas. Conforme ele ia trabalhando as bases e nos passando, a gente ia fazendo as letras. No dia 12 de janeiro, a gente entrou em estúdio e saímos lá pelo dia 20.
Alex Pasternark, do Lemonade, produtor do novo disco do Holger | Foto: Karla Gironda
E vocês contaram com muitas parcerias pra gravação em estúdio, né? Conta aí pra gente quem colaborou.



Tché: Teve o João Paraíba, a participação mais sinistra do mundo. Ele é o percussionista do Trio Mocotó. Um monstro, já tocou com o mundo inteiro.
Pata: O João Paraíba, junto com o Jorge Ben, inventou o samba-rock.
Pedro: É, eles gravaram vários discos juntos. Cara, ele é um dos maiores percussionistas da música nacional e, como a gente tem essa pegada de percussão, foi a participação ideal.
Tché: Foi animal! Foi do caralho ver ele tocando, gravando sobre as nossas bases.
Pedro: E ele é uma figuraça! A gente ficou trocando ideia com ele e ele é demais. Tem história com todo mundo. Acabou de fazer uma turnê com o Madlib… Comanche… Ele é conhecido como Comanche e segundo a lenda foi o Santana quem deu esse apelido pra ele.
Pedro: Fora ele, teve a participação da Irina, do Garotas Suecas, que gravou uns vocais com a gente. Teve a Camila, uma amiga, e a Luisa, que já trabalhou com o Garotas também.
Rola: Com o Bonde do Role foi mais no início, não foi bem uma participação. A gente gravou algumas músicas que iam sair num EP especial, mas acabamos incorporando pro disco.
Pedro: Teve participação do Bomba Estéreo, da Colômbia; do Vinão, que é saxofonista…
Pata: E, claro, o DW. O DW é amigo nosso há muito tempo. É o cara mais louco do mundo, e um compositor de primeira. Ele é foda. Faz melodia como ninguém. Letra, então… Eu fiz uma música com ele um dia. Ele ouviu nossas demos, deu ideia de uma letra… E teve um dia no estúdio que a gente tava com a corda no pescoço.
Rola: “DW, cola aqui, mano!”
Pata: É, a gente tava num dilema foda, tava pra tirar a música do disco, o instrumental tava animal, mas a gente não conseguia chegar numa letra. Toda letra que a gente fazia ficava ruim. Não sabíamos mais o que fazer. Aí a gente chamou o DW, e além de fazer uma puta letra ele ainda gravou o vocal.
Que música é essa?
Tché: Os nomes ainda não são oficiais, mas essa deve ser “Me Leva pra Nadar”.
Holger x Casagrande | Foto: Reprodução

Mudando de assunto, uma vez vocês disseram no Twitter do Holger que o disco novo iria levá-los pro Faustão. E brincadeiras à parte, dá pra entender agora que isso tem uma ligação forte com o caminho pro qual vocês estão rumando, não tem?



Pedro: A grande questão é: se a gente chegar ao ponto de ser convidado pra tocar no Faustão, a gente vai achar mó maneiro.
Pata: Eu te explico aquilo (risos). Na páscoa do ano passado a gente tinha ido tocar em Ilhabela. E aí um dia a gente foi pra praia, tomou um ácido e ficou vendo uma banda tocar na praia. E a banda tocava cover de Tim Maia, cover de Lulu Santos, Natiruts. Tava um puta pôr-do-sol lindo, a gente tava se divertindo horrores. Aí eu pensei: “cara, eu preciso fazer um som que seja acessível a ponto de um cara tocar na praia pras pessoas e as pessoas entenderem aquilo”.
Rola: Isso tem muito a ver com a gente ter começado a fazer música em português. É acessível, qualquer pessoa por aqui vai entender. Por mais que não entenda o som, vai saber o que eu tô falando, vai entender o que eu tô querendo passar, vai conseguir cantar junto.
Quando eu falei do tweet do Faustão eu também pensei na posição de vocês sobre aquele papo furado todo de popularização do indie, sabem?
Tché: Tipo “trair o movimento”, né?
Rola: O movimento é divulgar nosso som, mano!
Pedro: O que a gente quer com o Holger, e isso é natural quando se tem uma banda por por prazer, é que o máximo de pessoas conheçam e escutem sua música. Não faz sentido você fazer uma música e dizer “ah, não quero que essa pessoa escute”.
Rola: Para qualquer coisa que você tenta fazer na vida, você dá o melhor que conseguir, certo? Então o melhor que eu conseguir vai ser, sei lá, as pessoas gostarem do meu som a ponto de eu ficar do tamanho do U2, sabe?
Tché: Esse lance de preconceito é absurdo. Por que é errado tocar no Faustão? É um programa que passa no domingo e tem uma audiência muito grande. Não tem problema.
Pata: Sem falar que o Faustão é mó boa praça, vai!
Vocês hoje fazem parte da Avalanche Tropical e eu acredito que o projeto é uma das paradas mais autênticas e divertidas que surgiram na música brasileira nos últimos anos. Como é estar ali no meio? Qual foi a influência de fazer parte de um lance como este para o próximo disco do Holger?



Pata: A Avalanche Tropical foi definitiva, principalmente, para a pesquisa musical que a gente fez pro disco. Posso falar que a gente usou a Avalanche Tropical a nosso favor, por ver as coisas que a galera tava postando no blog e a gente também se sentindo forçado a pesquisar conteúdo bacana. Dá um salto criativo você estar num grupo de artistas criativos. Um estimulando o outro, aglomerando parcerias, todo mundo acreditando numa coisa. Sem contar que três dos seis artistas vão lançar discos este ano.
Pedro: E um deles não vai lançar disco, mas vai tocar no Sónar Barcelona!
Pata: É um clima efervescente, um ambiente muito bom pra criar. A gente se sente mais forte juntos do que separado.
Pedro: As pessoas nas quais a gente se influenciou para criar a Avalanche foi a ZZK na Argentina, a MAD Decent… turmas que viraram um selo e começaram a exportar um certo tipo de música – no nosso caso, a música brasileira. A gente sempre achou isso muito legal. A ZZK, por exemplo, exportou a cumbia digital pro mundo inteiro.
Banda Uó, André Paste, Dago, Drunk Disco e Holger formam a Avalanche Tropical | Foto: Sérgio Takahata
Sim, e é também um movimento inédito, porque, por exemplo, dá pra imaginar que as pessoas que escutavam Holger há dois, três anos estariam se identificando com o tecnobrega hoje?



Pata: Ao mesmo tempo que eu acho que isso atraiu gente, acho que a gente também perdeu. Obviamente deve ter gente que deve adorar, achar do caralho, como também gente que deve falar: “meu, os caras viraram uns palhaços, começaram a entrar numa pilha de querer ser brasileiro”.
Tem os dois lados, né? E dos quase oitenta shows que vocês fizeram ano passado, vocês conseguem citar os momentos mais legais?
Pata: O South by Southwest de 2011 foi extremamente importante.
Tché: Foi meio mágico, eu diria. A gente tinha um showcase só. Isso no South by Southwest é pouquíssimo, tem banda que toca 14 vezes em 4 dias. Conseguimos apenas um oficial e nenhum outro extra. É aleatório, né, eles colocam você numa casa X…
Rola: Colocaram a gente num showcase sulamericano, sei lá, latino. Bandas de rock de países latinos.
Pata: Rolou cover de The Doors antes da gente, pra você ter noção. Era um lugar muito bom, tava mais ou menos movimentado, mas cabia 100 pessoas no máximo…
Pedro: A gente começou a tocar e foi enchendo a casa. Só fizemos esse show e tinham três pessoas muito certas que calharam de estar ali. A mina da BBC de Londres, o cara da NPR…
Pata: A NPR hoje em dia é uma das maiores influências da imprensa musical, o jornalista de lá viu nosso show e listou o Holger como uma das maiores descobertas do South by Southwest.
Rola: E eu lembro da gente nem achar o show tão bom!
Tché: É, a gente ficou na bad depois. Só que todo mundo gostou muito!
Pata: Outro show muito bom foi o de Realengo, no Rio, pela Noisey.
Pedro: Esse dia foi muito foda! A gente nunca imaginou que tocaria em Realengo um dia. Não sabíamos o que esperar!
Rola: Acordamos, o cara já levou a gente pra Lagoa. Tomamos um choppinho ali, uma água de côco, ficamos trocando ideia com a Vice. Depois pegamos a van e fomos pra Realengo. Chegou lá, mano… uma tenda no meio do nada, tenda Gilberto Gil.
Pata: O Dorgas tocou antes e fez um show mágico! Todo mundo já tava feliz de estar ali. Tínhamos acabados de voltar de turnê, todo mundo amigo, e o Dorgas… a gente é apaixonado por eles – inclusive me lembra de falar deles em entrevista se não o Guerra me xinga…
Tché: (risos) Mas era isso. A gente já tava numa vibração muito intensa, e aí subimos no palco sem esperar qual seria a reação do público. O show foi indo e o pessoal começou a responder de uma forma muito foda. Fomos nos empolgando até que culminou num momento em que a galera toda subiu no palco, a gente ficou meia hora cantando funk. O Guerra de cueca em cima do Rola, e aí uma hora alguém falou assim: “E aí, quem quer vir aqui pra cima cantar um funk?” Aí um moleque foi lá e disse: “Eu, eu tenho um funk que eu fiz e eu quero cantar”
Pedro: Na frente de todo mundo que tava em cima do palco ele chegou e começou a mandar o “Funk do Pau Molão”, fazendo a dança do Pau Molão! Foi todo mundo à loucura!
Holger em Realengo | Foto: Noisey
Pata: Outro show foda foi em Floripa, com o Drunk Disco, o Copacabana Club e uma escola de samba. Nesse dia a gente tava numa onda muito boa porque ia tocar com o Copacana Club e exatamente nessa noite a gente tinha ganhado o Prêmio Multishow juntos, o Copacabana e o Holger. Então foi uma puta festa!
Tché: E ainda tinha a escola de samba, Unidos da Ilha, campeã do carnaval de Floripa. Foi demais porque esses shows que funcionam como uma celebração são sempre diferentes.
Pata: Teve a Turnê Positivo que a gente fez, tocando nas escolas. Era um evento pra turma do colegial, com um público de 15 a 17 anos, cerca de 5000 adolescentes por dia. Dava 8h30 da manhã e a gente subia no palco. Tocava uma música, parava, entrava um cara, fazia tipo uma palestra, aí a gente entrava de novo, tocava, dava uma entrevista, falava com a galera, rolava outra palestra, e depois de 1h30 o pessoal afastava as cadeiras e a gente fazia um show completo.
Tché: A gente nunca tinha tocado pra adolescente antes e o pessoal respondeu muito bem! Chegamos a tocar até em Porto Velho, Rondônia, Amazonas!
Rola: E o curioso com o adolescente é que eles não compram muito a música em si. É muito mais o lifestyle, a imagem, o contexto. Sei lá, a gente foi pra Porto Velho, chegamos lá como uma simples banda de São Paulo, e o público do ensino colegial de uma escola pública não tem muito acesso a isso, sabe? Você chega lá, toca o seu som e a galera pilha, não tem jeito! Teve uma vez que chegou um moleque de 12, 13 anos e perguntou se íamos tocar, disse que gostava de música, mas queria saber como fazer porque não tinha dinheiro pra pagar.
Pedro: A grande questão é que a galera curtiu muito. Depois de todo show a gente ficava uma hora e meia dando autógrafo, conversando, tirando fotos, tinha fila pra tirar foto com a gente. Era uma coisa que a gente nunca tinha vivido assim. E eu nem acho que a gente vá viver muito (risos).
Era aonde eu queria chegar: isso tudo é formação de público.
Pedro: Sim. Essas pessoas depois nos adicionaram no Facebook, no Twitter, criaram fã-clubes, ficam perguntando quando vai ter show de novo.
Falando em bandas amigas e indicações, quais foram os projetos mais legais que vocês viram surgir no Brasil nos últimos anos?



Tché: Eu gosto do Garotas Suecas e – pode parecer suspeito porque eu tô na Avalanche – do André Paste. Acho o André um moleque genial. Toda vez que eu vi ele tocando foi sempre muito foda. É surpreendente. Ele tem uma musicalidade, uma sensibilidade que é muito pesada. O Dorgas eu acho muito louco por causa desse lance da originalidade.
Pedro: Tem o Do Amor também, mas o Do Amor não faz show, carái (risos)!
Pata: O Do Amor é sem dúvida uma das maiores influências nossas.
Rola: Esse aí foi sem dúvida outro show mágico, que a gente fez com o Do Amor! Foram dois shows, um em Maringá e outro em Londrina. Foi no começo de 2011, com o Do Amor abrindo pro Holger, o que a gente achou muito retardado.
Pata: (risos) Isso não fez o menor sentido pra gente.
Rola: Foi tipo, os caras tocaram e a gente: “ah, então tá bom. Vamo lá passar vergonha agora”. Foi inacreditável.
Tché: Os caras são muito bons, muito bons músicos, têm muito carisma no palco também.
Pata: E a gente é amigo dos Garotas Suecas desde antes da banda existir. Vimos eles evoluindo e é outra banda que também destrói ao vivo.
Pedro: O Perdido é um puta baixista, talvez um dos melhores que existam hoje em dia! Ele toca baixo pra caralho!
Do Amor e Garotas Suecas, duas indicações de bandas nacionais do Holger | Fotos: Reprodução
Pata: Tem a Banda Uó, o Bonde do Role, o Black Drawing Chalks também, que a gente curte muito. DW, Contra Fluxo, Karol Konká, Debate – que é a banda do Sérgio Ueda -, Dead Lovers Twisted Heart… cara, sei lá, eu poderia passar algumas horas citando bandas que eu adoro e nas quais acredito aqui.
Ouvindo o disco novo em segundo plano aqui agora, dá pra perceber que a influência de música eletrônica é grande mesmo. Tá tudo bem dançante.
Pedro: O disco faz parte dessa fase em que a gente começou a ouvir música eletrônica. E aí veio o Alex, que é produtor de eletrônico, e tudo casou no momento certo.
Tché: A influência foi muito mais do Alex. Ele é um cara muito rítmico.
Rola: A gente fez um processo diferente, porque uma banda normalmente vai do metrônomo, começa a gravar a bateria, aí vem o baixo e todas as outras coisas. O Alex fez diferente, ele ouviu as nossas demos, sacou o BPM, construiu a batida e falou: “é isso”. Então a gente não gravou em cima de metrônomo, a gente começou com guitarra e baixo, foi bem diferente. E isso deu essa cara mais eletrônica, porque a gente não ficou preso à bateria, nem nada.
O mais legal é que isso deve contribuir pra uma atmosfera bem diferente pro show novo, certo? Esse background eletrônico faz a apresentação parecer mais festiva?
Tché: Sim, e as composições também estão mais soltas, mais quebradas, são mais acordes e tal. O Sunga era mais rock, e lógico que ainda tem rock aqui. Oouquíssimo, mas… sei lá, nem sei o que é rock mais. O que é rock? Quem sabe?
Rola: Pois é, é aquela história… eu só acho que a gente é indie porque a gente não fez muito sucesso, tá ligado? Se não a gente não seria. Porque o “indie” ao mesmo tempo é tudo e não é nada, qualquer coisa pode ser indie. A gente é indie e a Mallu Magalhães também é indie, viu o contraste?
Pata: E a Mallu Magalhães é uma gata.
Querem acrescentar algo à entrevista, que talvez eu não tenha perguntado?
Pata: Esse álbum tinha que ser a melhor coisa que fizemos, ou não valeria mais a pena fazer música. A gente tinha isso na cabeça, poderíamos fazer alguma coisa que ficasse no mesmo nível ou atrás do Sunga, ou produzir algo muito melhor e ter ainda mais tesão de tocar. A gente se arriscou no português, arriscou colocar sopros, meninas cantando, flertamos com o eletrônico… quisemos nos arriscar e ser sincero no que a gente tá arriscando. Vamos trabalhar pra lançar entre junho e agosto e não sabemos como a galera vai receber, porque ele é mesmo muito diferente. Espero que recebam bem, mas se não for a gente já tá bem feliz e orgulhoso de ter feito ele.

Argentina receberá o Rock in Rio pela primeira vez em 2013

Argentina receberá o Rock in Rio pela primeira vez em 2013:
A Argentina será o segundo país da América do Sul a acolher o Rock in Rio, após o pré-acordo alcançado entre a organização do evento e o Governo de Buenos Aires, que terá a sua primeira edição em setembro de 2013.
A informação foi antecipada à Agência Efe pelo presidente e criador do festival, Roberto Medina, que apontou a cooperação institucional, a proximidade com o Rio de Janeiro e a íntima relação da Argentina com a música como as principais razões para a escolha de Buenos Aires como o novo destino de um dos maiores eventos de música, lazer e entretenimento do mundo.
"A Argentina tem uma relação muito antiga com o Rock in Rio por sua proximidade com o Brasil", indicou Medina.
Em sua última edição na Cidade Maravilhosa, em setembro e outubro passados, o Rock in Rio celebrou sete dias de festival, com um público total de 700 mil pessoas, gerando para a cidade US$ 460 milhões, segundo números da Prefeitura.
Medina destacou que tanto o governador de Buenos Aires, Mauricio Macri, como seu ministro da Cultura, Hernán Lombardi, mostraram uma "rápida compreensão" sobre o impulso econômico e o impacto mundial em termos de imagem que representa a marca Rock in Rio.
O festival chegará à capital argentina no final de setembro, poucos dias depois da realização de sua edição carioca, pelo que haverá coincidências na programação, com eventuais intercâmbios musicais.
"Antes de mais anda se trata de oferecer boa música", afirmou o criador do festival, que, após sua incursão há anos na Europa, pretende chegar aos Estados Unidos em breve.
"A ideia é que se torne tão importante para a música como a Copa do Mundo é para o futebol, com muita qualidade em todos os aspectos", desde o gramado às lojas, desde o transporte à infraestrutura.
O Parque da Cidade, um espaço de 200 mil metros quadrados que esteve fechado nos últimos 30 anos e que fica a 15 minutos do centro, será a sede da quarta Cidade do Rock do mundo, depois das de Rio de Janeiro, Lisboa e Madri, com capacidade para receber 100 mil por dia.
Segundo a organização do Rock in Rio, foi assinado com as autoridades o chamado "Protocolo de Intenções" no qual são expostas as condições necessárias para a realização deste evento e, em um período de 60 a 90 dias, será editado o contrato definitivo.
A designação de Buenos Aires como nova sede não descarta a eventual organização do festival em outras cidades do continente americano.
Medina disse que espera iniciar em breve conversas com o Peru, que se mantêm as negociações com o México, onde existem alguns problemas quanto à localização da Cidade do Rock, e que Bogotá, a candidatura que mais progride, pode se tornar sede em 2014.
Antes disso, em 2012, o Rock in Rio passará por Lisboa e Madri entre os meses de maio e julho, com apresentações de Bruce Springsteen, Red Hot Chili Peppers, Maroon 5, Lenny Kravitz e David Guetta, entre outros.

Fonte: UOL

South by Southwest, o festival onde surgem as novas promessas da música americana

AUSTIN, Texas — Os músicos da banda Alabama Shakes são um bom exemplo de como se alcançar o sucesso no século XXI. Eles leram a primeira matéria sobre si próprios na internet há cerca de nove meses e começaram a tocar em casas lotadas por fãs entusiasmados após lançar às pressas um EP apenas três meses depois. Essa semana o quarteto chegará ao ápice da exposição - por enquanto - com uma agenda lotada nos cinco dias do festival South By Southwest (SxSW), em Austin, Texas.
Com milhares de repórteres, blogueiros, fãs e representantes da indústria da música se empurrando para assisti-los, além da natureza imediatista do "curtir" ou "não curtir" da internet, eles serão julgados, mas nem sequer lançaram seu primeiro disco - que chega às lojas nos EUA em abril. Ainda assim, o baterista Steve Johnson acha que o grupo está pronto para os holofotes.
"Acho que funcionamos bem sob pressão", afirma, "Às vezes, se sentimos uma pequena pressão, a temperatura aumenta e em outros casos ela nos leva a tocar de formas que não fizemos antes".
Justin Gage, do blog de música "Aquarium Drunkard", que promove um evento com a banda no SxSW deste ano, diz que o Alabama Shakes é o tipo de grupo que o festival busca desde o princípio.
"O South By Southwest é o principal mostruário ou festa de formatura para uma banda, especialmente uma como a Alabama Shakes, que teve tanta atenção nos últimos seis meses", opina Gage, que participa do SxSW há 15 anos, "Qualquer um que tenha alguma relação com a indústria da música estará no South By Southwest. É a oportunidade perfeita para uma banda como essa, que já está sendo muito falada".
Mas o Alabama Shakes não é a única banda que "precisa ser vista" no festival deste ano. O bluesman de Austin Gary Clark Jr., a cantora soul britânica Michael Kiwanuka, a banda punk do Brooklyn The Men e o rock psicodélico do The War on Drugs também chamam a atenção.
Por outro lado, mesmo os grupos mais hypados dos EUA têm cada vez mais dificuldade com a chegada dos medalhões ao festival até então conhecido por receber artistas emergentes. Este ano, o SxSW receberá o maior nome de sua história, com Bruce Springsteen confirmado como palestrante e para um show de promoção de seu novo álbum, "Wrecking Ball". Jay-Z deu início à semana com uma performance de 80 minutos cheia de hits, na noite de segunda-feira - apesar da parte musical do SxSW, que também inclui cinema e artes interativas, só começar na terça.
Os dois são apenas a ponta da lista VIP. Lil Wayne, 50 Cent, Nas, T.I., B.o.B. e vários outros artistas de rap estarão presentes e existem rumores persistentes de que Eminem pode aparecer. Norah Jones também vai se apresentar, assim como Jack White, Fiona Apple e Santigold. Isso significa que as bandas novas agora precisam ser conhecidas antes de chegar.
Gary Clark Jr já está no estágio 2 do processo. Ele cresceu em Austin e tocou esporadicamente no festival ao longo dos anos. Mas alcançou alguma fama no ano passado, quando tocou no Bonnaroo e lançou um EP. Coroou o bom momento abrindo para Eric Clapton no Brasil e tocando para o presidente Barack Obama, eventos que classificou como "um sonho, na verdade um pouco surreais". Esse ano ele terá mais espaço com oito shows do SxSW, enquanto se prepara para lançar seu primeiro disco em setembro.
Esse é o tipo de estímulo que as estrelas e anunciantes buscam quando vem a Austin e a presença deles mudou as coisas para o bem e para o mal, na opinião dos participantes veteranos do evento. Charles Aaron, editor da SPIN, acredita que as novas bandas estão ficando perdidas na confusão que o SxSW se tornou nos últimos anos.
"Acho que quando a internet surgiu tudo virou uma loucura e, depois disso, você não consegui nem andar por aqui. Era uam multidão gigante", diz ele.
Mas Aaron também acredita que a conferência se tornou mais interessante por conta da diversidade que a evolução proporcionou.
"O principal no South By Southwest agora é a variedade muito maior. Não é mais um festival de indie rock ou mesmo um evento das grandes gravadoras. Todos os gêneros estão representados."

Estado do Rio cria subsecretaria de grandes eventos para cuidar da segurança

RIO - O governo do estado está em fase final de uma reformulação na estrutura da Secretaria de Segurança Pública. No novo desenho, será criada a subsecretaria extraordinária de Grandes Eventos apenas para cuidar dos preparativos para os megaeventos que serão acolhidos na cidade até 2016. A primeira tarefa do novo órgão será participar dos preparativos da segurança da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, em junho. O Comando Militar do Leste (CML) deve apresentar ainda nesta quinta-feira as diretrizes do plano de segurança. Mas algumas medidas já estão decididas como informou nesta quinta-feira em Doha, o superintendente de Planejamento Operacional da Secretaria de Segurança Pública, Roberto Alzir Dias Chaves, que está no Catar acompanhando a 2ª Conferência Internacional para Segurança no Esporte:
— O Riocentro e o Parque dos Atletas (área de lazer da prefeitura na Avenida Salvador Allende), onde se reunirão as delegações, serão declaradas Zonas Internacionais. Com isso, a segurança nas áreas internas fica de responsabilidade da ONU. A segurança pelas autoridades brasileiras será no entorno. Pontos de bloqueio serão montados ao redor das duas instalações com a proibição da circulação de veículos não credenciados. Aeronaves não autorizadas também não poderão circular ali — explicou Roberto Alzir.
Os pontos exatos de bloqueio ainda não foram divulgados. Em eventos com a presença de autoridades no passado, as autoridades chegaram a interditar toda a Avenida Salvador Allende que liga Jacarepaguá a Avenida das Américas (Recreio dos Bandeirantes). Na última edição do Rock In Rio, em setembro de 2011, quando o Parque dos Atletas, foi inaugurado as interdições ocorreram também na Avenida Embaixador Abelardo Bueno.
Alzir acrescentou que será deslocado para a nova subsecretaria.
— A divisão é para racionalizar o planejamento dos projetos da Secretaria de Segurança. Os grandes eventos estavam com o mesmos setor que cuida de programas como as Unidades de Policia Pacificadora (UPPs) entre outros — acrescentou o subsecretário.
Também nesta quinta-feira, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, participou de um painel sobre o processo de criação de um ambiente que possa garantir a prática de eventos seguros. Em sua apresentação, Beltrame destacou que a implantação das UPPs é apenas o primeiro passo a ser dado para garantir a reinserção na sociedade de parte de seus moradores que viviam sem acesso a serviços públicos devido a violência.
— Todos que estão envolvidos na organização de grandes eventos tem a mesma preocupação: garantir legados. O Rio durante décadas viveu com parte de sua sociedade excluída e muitos ainda estão. Havia na verdade um muro de violência imposto pelas armas -disse o secretário, referindo-se ao controle de traficantes em comunidade.
— A entrada da polícia nessas comunidades que contribuiu para a queda das estatísticas de violência é apenas o início de um processo maior de entrada de ONgs e do estado para outros projetos. Esses são legados que os grandes eventos podem deixar - dise Beltrame.
O repórter viajou a convite da organização do evento.

Vida longa ao Garage

exodus98Localizado na Praça da Bandeira, o Garage fez fama nesta década por revelar os nomes da nova safra do rock carioca, além de se tornar parada obrigatória para bandas de outros estados e até para grupos com certa projeção, que fazem questão de ter no currículo uma passagem por essa verdadeira lenda viva do underground.
A pacata Rua Ceará, durante a semana, é um local de pequeno e tradicional comércio, com moradores de antigas casas que remetem à época do Império. Mal iluminada, à noite é um local aparentemente sinistro (a rua passa por cima de um canal e por baixo dos trilhos da ferrovia), mas tão tranquilo que nunca se teve notícia de ocorrência policial na região. Seguindo o exemplo, o Garage é o único lugar no mundo que não tem seguranças e raramente sente-se falta deles.
Quando Fábio Costa chegou ao Garage, em 1989, e começou a passar vídeos de rock, com ênfase no heavy metal, jamais poderia pensar que faria história no rock nacional, resistindo aos altos e baixos de todos os seus segmentos e sustentando uma cena nem sempre tão forte, muito menos lucrativa para quem se propõe a investir no meio. Hans Júnior era o dono da casa, que se chamava Garage Art Cult, antes de Fábio chegar. Ele negociou o espaço junto ao Moto Clube do Brasil, que funciona durante a semana no subsolo, e parte da arrecadação é repassada para os proprietários.
Fábio, além de ser torneiro mecânico, tinha experiência com uma equipe de rock, daquelas que fazia som mecânico na década de 1970. Ele ainda havia trabalhado com o Raul, outro pioneiro do underground carioca, no Caverna I, em São João de Meriti, e também no Caverna II, em Botafogo, ao lado do Canecão. Depois de dois anos ele convenceu o sócio a produzir shows no local, mesmo sem grana alguma para investir.
O primeiro show aconteceu com Endoparasites e Anschluss, em setembro de 1992, sobre o palco que existe até hoje. O detalhe é que a madeira usada na construção foi comprada com um cheque pré-datado, e o dinheiro para cobrir o borrachudo sai da bilheteria dos primeiros shows.
Mesmo com uma trajetória de sucesso, Hans Júnior deixou o clube em 1992, após problemas com o show do Kreator, que teve produção do Garage, mas acabou rolando na antiga quadra da Estácio de Sá, por questões de espaço. A partir daí começou um verdadeiro entra e sai de sócios, permanecendo somente Fábio, até os dias de hoje.
No início, dado o boom do heavy metal no Brasil, que levou a reboque o Sepultura (que nunca tocou no Garage, diga-se) ao sucesso internacional, era esse o estilo predominante no Garage, com casa cheia todo final de semana. Pode-se considerar essa fase, entre 1993 e1994, como o auge, sendo shows de bandas como Korzus, The Mist e Angra os mais concorridos.
Em 1994, o clube tentou decolar o próprio selo, que chegou a lançar a coletânea “Garage Voices”, com Freaks?, Unmasked Brains, Scars Souls e Go Ahead!. Perdido na transição entre vinil e CD, e com a tradicional falta de verbas, o Garage Records acabou não indo adiante.
Como nada dura para sempre, o metal deixou de ser o estilo predominante no mercado, e o Garage passou a abrir espaço para todas as novas bandas do novo rock brasileiro, versão anos 90. Ao mesmo tempo, com a falta de espaço para shows de médio porte no Rio de Janeiro, os produtores passaram a ver no Garage uma opção também para eventos internacionais. O primeiro foi o Buzzcocks, que teve grande repercussão na mídia (veja foto aqui e aqui). Depois viriam DRI (fotos aqui e aqui), Madball , por duas vezes, Exodus (na foto, no show de 1998, ainda com Paul Baloff nos vocais), Seaweed, Varukers, Agnostic Front e Earth Crises.
Em 1995, o então prefeito César Maia “desapropriou” as casas que compunham a Vila Mimosa, tradicional prostíbulo que funcionava junto à Praça Onze, onde hoje há um projeto para a construção de um grande centro de comunicações, e alojou as meninas de vida fácil nos arredores da Rua Ceará. Esse fato acabou trazendo um movimento maior para a região, entre táxis transportando clientes e policiais que sempre rodam locais desse tipo.
Em 1997, o clube Balaios, também com sede na Rua Ceará, e composto por motoqueiros e suas envenenadas Harley Davidson, inaugurou o bar Heavy Duty, que, com temática típica de motocicletas, roupas de couro e muito heavy metal rolando, passou a atrair grande número de frequentadores. Somando a isso os vários bares pé-sujos que já funcionavam no local, estava criado o Baixo Ceará. Mesmo atraindo um movimento muito maior, esse público não frequentaria o Garage, é não é raro de se ter shows com lotação média e a rua lotada, sobretudo aos sábados.
Nos tempos das vacas magras, o Garage já esteve para fechar várias vezes, e Fábio Gordo, como é conhecido, buscou as saídas mais criativas e inusitadas. A mais comum foi organizar os chamados “SOS Garage”, reunindo bandas com razoável apelo de público, que doam a bilheteria pra o pagamento das dívidas.
Numa dessas crises, porém, no ano passado, Fábio acabou repassando a casa para um novo sócio que transformaria o local numa casa de forró, aproveitando certo frisson sustentado pelas academias de dança da classe média carioca. A casa chegou a ser reformada, ganhou um novo bar e um mezanino, além de uma pintura típica, com sertanejos e caatingas espalhadas pelas paredes. Com duas semanas de eventos fracassados, o clube voltou para a mão de Fábio, e sob a marca Novo Garage, voltou com força total.
Só que o contrato do imóvel ficou assinado entre o tal produtor e o Moto Clube, cabendo à Fábio Costa repassar parte da arrecadação dos shows. Como a bilheteria do Garage não tem sido generosa, mais uma vez há a ameaça de fechamento, estando a situação nas mãos dos advogados, sem previsão para se resolver, considerando a rapidez da justiça brasileira.
Caso não consiga a posse da casa, Fábio prevê duas possibilidades. Uma é o Garage virar uma boate de strip-tease ou coisa parecida, uma vez que duas cafetinas da Vila Mimosa já andaram sondando o local. A outra é o pessoal dos Balaios estender para o local o público de seu concorrido bar, mantendo a casa de shows.
O mais impressionante é que, mesmo depois de dez anos de serviços prestados ao rock, à música e à cultura brasileira, e ao público jovem de uma forma geral, o Garage está mais uma vez ameaçado de fechar, sem que nenhuma perspectiva pareça viável. Já não era hora de se fazer alguma coisa?
O Garage em fatos e números
Início, só com vídeo: final de 1988

Primeiro show do Garage: 4/9/1992, com Endoparasites e Anschluss

Bandas: mais de 1000

Shows: mais de 4 mil

Shows oficialmente mais cheios (público): Korzus, Angra e Planet Hemp com Black Alien

Show mais cheio (bandas): mais de 20, em 6/9/1993, no aniversário; não dava para entrar, até a rua estava lotada

Banda que mais tocou: Cabeça, “umas 30 vezes”, segundo Fábio.

Demos e discos recebidos: 2 mil

Preço atual do ingresso: R$ 5

Endereço: Rua Ceará, 154 – Praça da Bandeira – Tel.: 21 2254 1325

Brasil vai abrigar número recorde de shows internacionais em abril

Brasil vai abrigar número recorde de shows internacionais em abril:
RIO - Um engarrafamento de rock internacional que aguarda os brasileiros (e seus bolsos) em abril. Um mês que começa com um Lollapalooza (dias 7 e 8, no Jockey Club de São Paulo, com Foo Fighters, Arctic Monkeys e um exército de estrelas indie), passa por Roger Waters (1 e 3 no Morumbi, em SP, depois de se apresentar no Rio dia 29) e Bob Dylan (correndo o país de 15 a 24) e toma o Nordeste entre 20 e 22 com dois festivais: o Abril Pro Rock (no Chevrolet Hall, em Recife) e o Metal Open Air (no Parque Independência, em São Luís). Isso para não falar da ameaça (até agora não confirmada) de shows de Paul McCartney em Recife, na mesma época. Haja dinheiro — e ouvido!
Alexandre Faria, o diretor artístico da Time For Fun (que, só em abril, traz Roger Waters, Bob Dylan, 3 Doors Down e Ting Tings, entre outros), diz:
— O cenário de shows está fortalecido porque o Brasil passa por um momento de estabilidade econômica. Além disso, o câmbio atual do dólar ajuda significativamente na realização dessas turnês. Sem contar que mercados importantes como Europa e EUA passam por crises econômicas. O público brasileiro hoje é exigente e quer as melhores atrações do planeta. 
Foi contando com isso que Felipe Negri resolveu apostar em três dias de Metal Open Air. Produtor com experiência em shows de heavy metal na América Latina, ele conta na empreitada com o apoio do governo do estado do Maranhão, da prefeitura de São Luís (que está comemorando 400 anos em 2012), de produtores e de uma TV local. Entre a escalação de quase 50 nomes internacionais e nacionais, destacam-se as bandas Megadeth, Anthrax, Venom, Exodus, Blind Guardian e um Rock N’ Roll Allstars reunindo figuras do naipe de Gene Simmons (Kiss), Joe Elliott (Def Leppard) e Glenn Hughes (ex-Deep Purple).
— Sem falsa modéstia, é um dos melhores line-ups de metal que eu já vi, mais forte que de muito festival lá de fora — diz Negri, para quem o público-alvo é do Norte e do Nordeste, num arco geográfico que vai de Recife a Manaus ("Ninguém vai sair do Sul e do Sudeste pra ver o festival", acredita).
Ele espera ter algo entre 15 mil e 30 mil pessoas por dia, e não se assusta com a perspectiva de ainda estar longe do ideal (sete mil ingressos ao todo) de ingressos vendidos a pouco mais de um mês do festival:
— A experiência com o Nordeste é que o público acaba comprando em cima da hora. Além do mais, a gente foi testando aos poucos, levando bandas a São Luís, e vi que tinha espaço, sim, até pela carência de shows de metal que existia. 
Festival que tem em sua noite de metal e punk o seu grande ímã de público, o Abril Pro Rock confirmou para o dia 21, na escalação internacional, Exodus (dos EUA, que toca um dia antes no Metal Open Air), Brujeria (México) e Cripple Bastards (Itália). Fundador e produtor do Abril, Paulo André Moraes não acredita que o Metal Open Air vá afetar seu evento, que comemora 20 anos em 2012.
— Não vejo concorrência, acredito que apenas umas 200 pessoas de Recife vão ao Metal Open Air, mas isso divide a mídia — opina ele, para quem, desde o ano 2000, a programação internacional tem sido o esteio do festival. — Recife tem muitos shows no carnaval. Para alguém pagar ingresso, tenho que trazer algo que não se veria normalmente.
Sua maior aposta internacional, porém, será em duas bandas americanas: Antibalas (especialistas em afrobeat, que vêm ao Brasil pela primeira vez e se apresentam em Recife no dia 22 e em São Paulo nos dias 19 e 21) e os veteranos indie Nada Surf, que voltam ao país pelas mãos da agência cultural Inker, da produtora Fabiana Batistela. Além do NS, ela também traz ao país em abril os americanos Thurston Moore (guitarrista do Sonic Youth) e Kurt Vile. 
— Temos parcerias com a Argentina e o Chile. E também com produtores brasileiros, como o Teatro Opinião (Porto Alegre), o festival Se Rasgum (Belém) e o projeto Queremos (crowdfunding do Rio que faz os shows de Thurston e Kurt, dia 13, no Circo Voador), com quem estamos trabalhando pela primeira vez — diz Fabiana, para quem as redes sociais ajudaram bastante a mobilizar os fãs para os shows.
— Uma das razões pelas quais estamos indo ao Brasil é que os fãs brasileiros ficavam pedindo shows nossos pelo Facebook — diz Chris Henderson, guitarrista do 3 Doors Down, que toca no meio de abril em Rio, São Paulo e Belo Horizonte. — Antes disso, não sabíamos que éramos conhecidos aí.
É uma fartura jamais vista. No dia 30, por exemplo, só no Rio de Janeiro, apresentam-se astros do rock dos anos 1970 (o ex-Supertramp Roger Hodgson, no Vivo Rio), 1980 (o Duran Duran, no Citibank Hall) e 2010 (o Ting Tings, no Circo Voador). Mas o preço a pagar, segundo os produtores, é alto.
— O cachê das bandas internacionais duplicou nos últimos cinco anos — diz Felipe Negri. — Não é normal o que se paga, mas a demanda compensa. O Megadeth custa duas vezes mais aqui, mas reúne quatro mil, cinco mil pessoas. A banda sabe que você ganha dinheiro.
— Quando começamos, dez anos atrás, parecia que a gente era de algum país desconhecido da África — acrescenta Fabiana Batistela. — Hoje rola até leilão, e com qualquer tipo de banda. O que é ruim para os pequenos, porque os preços estão lá em cima.
— Tive alguma competição pelos Foo Fighters e Arctic Monkeys. Os artistas devem estar se divertindo, são os cachês mais altos que se pagam no mundo — confirma, sem entrar em valores, Leo Ganem, da Geo Eventos, que produz o Lollapalooza. — Os produtores acabam competindo muito, e nunca de forma inteligente.
Para Felipe Negri, o ponto de saturação está próximo:
— Daqui a uns dois, três anos, tenho certeza de que 90% dos produtores vai estar fora.
Fabiana Batistela concorda:
— Hoje tem um público maior, uma estrutura melhor e a informação chega de forma mais fácil. Mas, por outro lado, é mais difícil, porque todo mundo quer ser produtor de shows internacionais.

São Paulo é casa da “Let’s Rock”, maior exposição sobre o gênero da América Latina

São Paulo é casa da “Let’s Rock”, maior exposição sobre o gênero da América Latina:
Teve início no útlimo dia 04 de abril (e permanece até o dia 27 de maio), na OCA (Ibirapuera), aquela que é considerada a maior exposição dedicada ao rock and roll na América Latina: a Let’s Rock, bebê.

Através de pocket shows, exibição de filmes, workshops, palestras e eventos exclusivos, a mostra busca apresentar parte deste universo.

Realizada em parceria de músicos, grupos, colecionadores e museus (como o Rock and Roll Hall of Fame), a Let’s Rock está dividida em quatro níveis e conta com a exposição de objetos de bandas (como figurinos, cartazes, instrumentos, entre outras preciosidades), máquinas de  pinball (como a do The Who) e cabines com discos que trilham por diferentes fases do rock.
Contudo, a exposição não estaria completa sem as belíssimas fotos de Bob Gruen, “The Rock and Roll Photographer”.
Passando pelo Urbe, vi um documentário que ilustra, muito bem, quem foi essa lenda.
Vale o Play!
Para saber mais, e comprar seu ingresso para Let’s Rock, é só clicar AQUI!

Projetos de residência artística assumem a programação de 16 teatros públicos do Rio

Projetos de residência artística assumem a programação de 16 teatros públicos do Rio:
RIO - Prática comum em muitos países da Europa, a gestão de equipamentos culturais por projetos de residência artística se tornou uma realidade nas três esferas públicas que administram os teatros da cidade do Rio. Com novos editais de ocupação lançados no começo do ano, agora, entre os meses de abril e maio, 16 novos coletivos de produtores e artistas começam a operar a programação das salas. Só na Rede Municipal, serão oito espaços funcionando através desse modelo pelos próximos dois anos. A prefeitura investe R$ 2,35 milhões anuais, sem contar os R$ 20,36 milhões destinados ao novo Imperator (leia mais na página 2). Já a Funarte optou por residências menos longas, entre quatro e seis meses de duração. No total, serão investidos R$ 1,65 milhão, montante a ser repartido entre os teatros Dulcina, Glauce Rocha, Cacilda Becker e Duse. O governo do estado soma R$ 600 mil para teatros fora do eixo central da cidade, como o Arthur Azevedo, o Mário Lago e o Armando Gonzaga, localizados nas zonas Norte e Oeste. Para os diretores artísticos entrevistados para esta reportagem, a adoção do modelo nas três esferas é reflexo de uma mudança de mentalidade.
— Os gestores públicos entenderem que um projeto artístico é mais bem conduzido por curadores e artistas, e que eles devem pensar e desenvolver políticas públicas para a cidade — diz Nayse López, que ocupará o Teatro Cacilda Becker.
Diretor do departamento de Artes Cênicas da Funarte, Antônio Gilberto concorda:
— São eles que estão mais próximos do cotidiano da vida artística da cidade.
Entre os teatros da Rede Municipal, apenas o Carlos Gomes ainda aguarda definição sobre o seu projeto de ocupação. Após um primeiro edital que não reuniu nenhuma proposta adequada, a Secretaria municipal de Cultura recebe até o dia 17 de abril novas propostas. A verba prevista para o espaço é de R$ 500 mil anuais. O resultado deverá ser divulgado no início de maio.
Teatro Café Pequeno - Câmbio
Cesar Augusto, Jonas Klabin e André Vieira transformarão o Teatro Café Pequeno num cabaré dos novos tempos, com olhos voltados para a produção teatral e musical contemporânea. O projeto terá R$ 200 mil para a programação, que começa no dia 6 com o musical "Hedwig e o Centímetro Enfurecido", de John Cameron Mitchell. O lançamento do Câmbio é no dia 9. — Esse espetáculo foi um dos maiores sucessos do Câmbio e carrega o nosso DNA — diz Jonas, sobre o musical rock. Entre os projetos do trio estão o "Diário musical", em que atores como Mateus Nachtergaele, Fernando Eiras e Gustavo Gasparani apresentam e conversam sobre músicas que atravessaram suas carreiras; o "Teatro de variedades", com esquetes de até 20 minutos, além do Festival InterCâmbio, com atrações internacionais como o premiado (Drama Desk 2006) monólogo "Christine Jorgensen Reveals", a ópera-poema "Ismène", de Yannis Ritsos, e a peça "Void story", do inglês Tim Etchells.
Teatro Ipanema - No Lugar
Nova aquisição da prefeitura, o Teatro Ipanema recebe a partir de maio a No Lugar, que terá uma verba de R$ 300 mil. Rodrigo Nogueira, Michel Blois e Fabrício Belsoff, do coletivo Pequena Orquestra, apostam no intercâmbio entre novos e consagrados grupos de teatro, com peças de trupes como a Cia. dos Atores, de Enrique Diaz, a Cia. de Teatro Íntimo, de Jô Bilac, Os Fodidos Privilegiados, de João Fonseca, e Foguetes Maravilha, de Felipe Rocha. Projetos de formação artística e trabalhos com encenadores internacionais também estão nos planos. Na abertura, que acontece em maio, está confirmada a peça "Dentro", da Pequena Orquestra, e o próximo trabalho da Cia. dos Atores, com direção de Bel Garcia.— A síntese da ocupação é o diálogo. Entre o Teatro Ipanema de ontem e o de hoje, entre jovens coletivos e companhias estabelecidas, obras prontas e outras em construção — diz Nogueira.
Espaço Sérgio Porto - Entre
O projeto Entre volta a ocupar o Espaço Sérgio Porto nesta quarta-feira. Liderado por Daniela Amorim, Joelson Gussom e Marta Vieira, a ocupação, que terá R$ 300 mil anuais e durará dois anos, inicia com uma intervenção do Coletivo Gráfico, show da banda Do Amor — com participações de Rodrigo Amarante, Moreno Veloso e Pedro Sá — e uma miniedição do CEP 20.000. Na quinta, o grupo belga tg STAN se apresenta pela primeira vez no país com “OF/NIET”, uma mescla dos textos “Party time” (1991), de Harold Pinter, e “Relatively speaking” (1965), de Alan Ayckbourn. Já no dia 13 o diretor Diogo Liberano estreia “Sinfonia sonho”, e no dia 26 chega a Mostra Interarte, unindo arte e tecnologia. O trio aposta na convergência e no cruzamento de propostas artísticas contemporâneas que envolvam artes visuais, dança, teatro e música. — É um trabalho voltado para artistas que têm uma pesquisa e buscam trabalhar sobre as fronteiras de formas já estabelecidas. Queremos expandir esse perfil — diz Daniela.
Teatro Armando Gonzaga - Entre_Armando Gonzaga
Desdobramento do projeto Entre, a Entre_Armando Gonzaga vai levar a Marechal Hermes teatro, dança, música e performances no palco e nos jardins de Burle Marx que cercam o prédio projetado por Affonso Eduardo Reidy. Daniela Amorim aposta na palavra "descentralização" para levar artistas e espetáculos para fora do eixo da Zona Sul. A inauguração será no dia 5 de maio, com um show de Serginho Procópio, da Velha Guarda da Portela. No dia 6, o rapper Dudu de Morro Agudo se apresenta. A ligação com a cultura hip hop terá vez com os eventos Mixtureba Enraizados e Liga o Mic. O projeto terá R$ 320 mil.
Teatro Maria Clara Machado (Planetário) - Ágora
Fabianna de Mello e Souza busca na origem do termo grego o objetivo da sua residência, que receberá R$ 200 mil. — Ágora era a grande praça pública grega, e queremos dar ao Planetário uma vocação popular — diz Fabianna.Diretora da Companhia dos Bondrés e ex-integrante do Théâtre du Soleil, da diretora Ariane Mnouchkine, ela quer transformar o espaço num centro de convergência entre pesquisas modernas e tradições populares, como o topeng balinês, o kabuki, a commedia dell’arte, palhaçaria e manifestações brasileiras como o mamulengo e o reisado. Tudo começa no dia 6 com "Instantâneos", dos Bondrés, enquanto no dia 10 os formando da CAL estreiam "Eu me afogo em qualquer poça". Para a abertura, a residência traz a oficina "Théâtre Du Soleil — Criação coletiva sob o olhar do ator criador". Às terças e quartas, o "Novas cenas" recebe jovens artistas e seus espetáculos, e às quintas a música assume a casa.
Teatro Ziembinski - Os Ciclomáticos
O teatro da Tijuca vai receber peças e atividades para o público infantil e adulto. No programa, montagens do repertório dos Ciclomáticos e de novos nomes da cena carioca e do estado. Com direção artística de Ribamar Ribeiro, Marcos Paulo e Renato Neves, a ocupação, que receberá R$ 250 mil, começa no dia 4 de maio com “Super Coffin ou sonho de uma noite de velório”, de Odir Ramos da Costa.
Teatro Arthur Azevedo - Escola Livre de Teatro
Valquíria Ribeiro e Alexandre Damascena coordenam a Escola Livre de Teatro, voltada para a formação de atores e autores, com experimentações tiradas do cotidiano do bairro de Campo Grande. Uma das montagens de abertura do programa, que ocorre em maio, parte de uma pesquisa de campo, em que histórias de moradores serão encenadas. Eles receberão R$ 180 mil para o projeto.
Teatro Cacilda Becker - Dança Pra Cacilda!
Diretores artísticos do Festival Panorama, Nayse López, Eduardo Bonito e Carla Lobo conduzem a dança no Cacilda entre 18 de abril e meados de setembro. Localizado no fundo de uma galeria no Catete, a ocupação tem o desafio de tornar o espaço mais visível.— A ideia é propor uma dança inventiva, que circule entre disciplinas — diz Nayse, que contará com R$ 400 mil. — Teremos performances que sairão dos limites da sala para ir à rua e estabelecer uma relação com as pessoas, atraí-las para dentro do teatro.A programação vai do pop ao experimental, com música, moda, artes visuais e toy art. A estreia fica com o coreógrafo Fabian Gandini, com “Pieza para pequeño efecto”, em que cria vídeos com bonecos e efeitos de luz. Os residentes planejam mini-ocupações de artistas brasileiros e estrangeiros, com laboratórios de criação de até duas semanas. Já o projeto Novíssimos levará jovens artistas ao palco.
Teatro Dulcina - Dulcina abraça o Sul
Para a maior de suas salas, o Teatro Dulcina, a Funarte selecionou um projeto que traz as melhores obras gaúchas dos últimos três anos, com oito peças entre abril e julho. À frente do projeto está o produtor Pablo Oliveira, que terá uma verba de R$ 600 mil. O público irá conferir monólogos às quartas, dramas e comédias de sexta a domingo. O abraço começa no dia 11 de abril, com “A comédia dos erros”, de Shakespeare, encenada pela Cia. Stravaganza. Já no dia 13, o Depósito de Teatro encena “Isaias in Tese”. No dia 18 estreia “Histórias de uma tigresa”, de Dario Fo, e em 4 de maio, “Goela abaixo”, inspirado na vida do dramaturgo e ex-presidente checo Václav Havel. — Queremos atrair tanto os frequentadores do entorno como estudantes e pessoas do meio — diz Pablo.
Teatro Duse – Os Bonecos Pedem Passagem
À frente do Grupo Bonecos em Ação, Susanita Freire quer fazer do Duse a casa do Teatro de Bonecos. Entre abril e agosto, a ocupação recebe R$ 150 mil para montagens de Rio, Curitiba, São Paulo e de países como Chile e Uruguai. O lançamento será dia 14, com um cortejo nas ruas de Santa Teresa, com bonecos e os músicos do bloco Céu na Terra. No dia 15 o Trança de Folia estreia “Um concerto para o sol”.
Teatro Glauce Rocha - Cultura negra em cena
Se depender das produtoras Laura Castro e Marta Nóbrega, entre abril e julho o Glauce se torna um centro de referência do teatro e da cultura negra. A proposta terá R$ 500 mil para trabalhar com linguagens brasileiras. O programa começa dia 12 com o musical “Galanga, Chico Rei”, de Paulo César Pinheiro e direção de João das Neves. — A ideia é propor uma revisão da História do Brasil sob o prisma da cultura afro-brasileira — diz Laura.No dia 19, “Namíbia, não!” assume o teatro, com direção de Lázaro Ramos, e em 31 de maio João das Neves e Paulo César Pinheiro retornam com “Besouro Cordão de Ouro”. A única estreia ocorre em junho, com “Histórias de Jilú”, dirigida por Renato Carrera.
Teatro Gonzaguinha - Vem!
A ideia do diretor Alexandre Mello é transformar o Gonzaguinha, no centro Calouste Gulbenkian, num ateliê em que artistas convidados tecem colaborações durante três meses com nomes do teatro e da dança. A série começa em 10 de abril com Oscar Saraiva. Em julho será a vez de Inez Viana; em outubro, Márcia Rubin; e em janeiro de 2013, Gilberto Gawronski assume o projeto. Além dos ateliês, o Vem!, que terá R$ 200 mil, propõe 12 incubadoras experimentais para teatro e dança. No dia 12, Oscar Saraiva encena “Barba Azul”.
Teatro Mário Lago - Potengy
O projeto dos produtores culturais Felipe Machado e Marcelo Guilherme inicia amanhã e pretende agregar no teatro da Vila Kennedy o melhor da Zona Oeste. O ponto alto é a realização do 2º Festival Impacto Cultural Zona Oeste, com apresentações de teatro, dança, música, cinema e artes visuais em datas a serem definidas. O Potengy conta com uma verba de R$ 100 mil.
Sala Baden Powell - Rio Som e Cena
A música em suas mais variadas acepções domina a sala Baden. Com o objetivo de unir espetáculos clássicos e populares, plateias jovens e da terceira idade, shows e teatro musical, o projeto Rio Som e Cena, de Thiago Ramires e Priscila Seixas da Costa, foca na cultura musical brasileira. Com uma verba de R$ 400 mil, a residência abre em 19 de abril com a série “Trilhas brasileiras”, cuja direção artística é de Tim Rescala. O primeiro show é “Música para imagem com Sérgio Ricardo”. Em maio, o projeto “Rio antigo” traz Henrique Cazes homenageando Noel Rosa e Pixinguinha, além de “Zé Keti: o musical”. Os centenários de Luiz Gonzaga e Nelson Rodrigues também serão lembrados.

Paul McCartney: coletiva de imprensa define detalhes

Paul McCartney: coletiva de imprensa define detalhes:
paulmccartneyUma entrevista coletiva será realizada pela produtora Planmusic nesta sexta, dia 23, pela manhã, para apresentar os detalhes da nova turnê de Paul McCartney no Brasil e sobre o show que acontece no Recife no dia 21 de abril. Ontem (21/3), a produtora confirmou o show do dia 21, no estádio do Arruda, como parte da “On the Run Tour”. Provavelmente, se os ingressos se esgotarem rapidamente, uma novo show será agendado para o dia 22.
No último dia 16, numa matéria publicada no G1, a produtora do Recife Luan Promoções e Eventos disse ter assinado o contrato com representantes de Paul McCartney para a realização de duas apresentações na cidade, nos dias 20 e 21 de abril (saiba mais aqui). Na terça (20/3), a Rede RBS anunciou que o ex-Beatle vai se apresentar também em Florianópolis, no dia 25 de abril, no Estádio da Ressacada (leia aqui). Brasília seria também candidata a receber McCartney nessa turnê.
Paul McCartney, que acaba de lançar o álbum “Kisses o the Bottom”, tocou em Porto Alegre e em São Paulo, em 2010, e no Rio, no ano passado. Clique nos links para ver como foram os shows.

Exposição "Beatles Revolution" reúne fotos e instrumentos autografados

Exposição "Beatles Revolution" reúne fotos e instrumentos autografados: A partir desta segunda-feira (30), a praça de eventos do shopping Butantã (zona oeste de São Paulo) recebe uma exposição dedicada aos fãs do rock inglês clássico.
A "Beatles Revolution" traz painéis, textos e fotos que contam a história da banda mais emblemática do rock inglês, os Beatles.
Divulgação
Uma das imagens da mostra Beatles Revolution, em cartaz no shopping Butantã
Uma das imagens da mostra "Beatles Revolution", em cartaz no shopping Butantã
Leia mais (30/04/2012 - 12h49)

A relevância do Abril Pro Rock

A relevância do Abril Pro Rock:
Meus amigos, o tempo, passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa. Mentira. Não continua, não. Nos últimos 20 anos, muita coisa que existia, de repente, deixou de existir. Não sei se vocês se lembram onde estavam há 20 anos, mas era o que eu pensava quando me divertia ao ver, num telão, entre um show e outro do Abril Pro Rock desse ano, cenas da primeira edição, que acontecia há exatos 20 anos. Para o ser humano é engraçado rir de si próprio, ao se deparar com os costumes de outros tempos: roupas, corte de cabelo, trejeitos. E repito. Muita coisa mudou e muita coisa deixou de existir nesses 20 anos.
Não o Abril Pro Rock. O festival teve lá seus dias de glória, e não foram poucos. Primeiro, revelou aquela que é última grande revolução na música brasileira: o mangue beat. Depois, teve a vocação de apontar artistas novos para o mercadão. Numa época em que olheiros de gravadoras perseguiam novos artistas, era para o Abril Pro Rock que eles eram mandados. E foi de lá que saíram, de contrato assinado, Penélope Charmosa e Los Hermanos, dois nomes que me lembro de cabeça, mas sabemos que são muito mais. Ok, a Penélope primeiro perdeu o charme e depois acabou. O Los Hermanos, aliás, também acabou. E o Abril Pro Rock continua, sempre no mês de abril, há 20 anos. Pode parecer pouco, mas já reparam como tem festival que não consegue se fixar numa data? E que, em 20 anos, bandas e festivais começaram e acabaram e o APR continua lá?
Outro dia ouvimos, ao vivo, em rede nacional da internet, gente que, há 20 anos talvez ainda usasse calças curtas, questionando a relevância do Abril Pro Rock. É bom o questionamento. Faz parte do processo. Eu próprio já fui a outras edições do festival e de lá saí com a pulga atrás da orelha. Achava que estava faltando alguma coisa (e estava mesmo), que o festival estava sem rumo, que era preciso se reinventar, que a falta de um “novo mangue beat” estava matando o Abril Pro Rock e blábláblá. Questionamentos de quem foi e viu o evento acontecer em fases e lugares diferentes, e de quem há 20 anos já andava por aí em porta de show com os olhos bem abertos. E o Abril Pro Rock, acontecendo, ano após anos, todo mês de abril.
Não, não sou um especialista em Abril Pro Rock. Tive a oportunidade de ir ao Recife cobrir algumas edições e sou grato à produção pelo interesse da cobertura de todos os veículos em que trabalhei e foram escolhidos para tal. Este velho homem da imprensa ainda não completou 20 anos de jornalismo, mas tem, sim, mais de 30 de rock. Na parte desses 20 anos do APR que pude acompanhar, aprendi muita coisa. A admirar uma roda de pogo que não tem igual por onde passei; a ver o mesmo sujeito pular com Ratos de Porão e com Lia de Itamaracá; a ver de perto uma cultura que a gente aqui de baixo chama de folclore, saltitar vivinha da Silva. E a respeitar tudo isso.
Há, sim, baixas nesses 20 anos. Outro dia, o baixista do Megadeth me disse que, numa banda que dura tanto tempo como a dele, é natural mudanças de formação e idas e vindas de integrantes. Pois, em 20 anos, é melhor ser senóide do que curva de Gauss. Imaginem se, em 20 primaveras, surgissem exatos 20 Chicos Science? E 20 Marcelos Camelos então? Repito que já escrevi, aqui e acolá, que o festival andou perdido, em meio ao passar do tempo, e que precisava se reinventar. De certa forma, é o que tem acontecido. De uma hora para outra, vi a equipe do festival, sempre liderada por Paulo André, renovada. Repórteres de veículos locais surgiram, com rádios e microfones colados nos ouvidos e com a mão na massa, na equipe da produção. Até gente de festivais vizinhos contribuíram nessa reinvenção. Demora, mas as coisas se ajeitam, quando se dá o tempo para os resultados aparecerem, como se diz no futebol. E está aí o festival, firme e forte, com 20 anos de história.
Digo isso para atestar que a edição desse ano do Abril Pro Rock – por assim dizer – foi como uma das antigas. O início da turnê de retorno do Los Hermanos, na sexta (veja como foi), grande sacada, fez o Brasil inteiro voltar os olhos para o festival, como nos velhos tempos. Jornalões que há tempos não se interessavam pelo festival, como “O Globo” e “Folha”, lá estavam com representantes maiorais. Sites líderes de acessos tinham lá figuras da maior importância para a crônica musical. E o show dos Hermanos teve ingressos esgotados e o recorde de público em 20 anos de festival. No sábado, os camisas pretas deram de ombros para Paul McCartney, que lotou o Mundão do Arruda na mesma data, e colocaram 7 mil cabeças – 2 mil a mais que em 2011 – no Chevrolet Hall. E o domingo só não repetiu o feito porque ousou numa programação com pratas da casa que sempre tocam no Recife (às vezes em eventos gratuitos) e não conseguiu um nome internacional de peso para encabeçar a programação. Nada que tenha tirado o brilho da edição de 20 anos.
Dito isso, dou-me o direito de responder o sujeito que, há 20 anos, devia usar calças curtas. A relevância do Abril Pro Rock está em existir, perseverar, não deixar um abril sequer, em 20 anos, passar em branco. Se deixasse de existir hoje, o festival já teria feito bastante para a música brasileira. Mas, como persiste, ainda vai se mostrar muito útil, divertido e interessante. Dois mil e treze certamente será apenas um novo marco para Paulo André e sua renovada equipe. O ano em que irá marcar o recomeço e, ao mesmo tempo, a manutenção de uma ideia que jamais deixou de existir. Eis aí a relevância do Abril Pro Rock. Parabéns aos envolvidos.

Take Me Back ao vivo no Motor Rock 2012

Take Me Back ao vivo no Motor Rock 2012:

Korzus: a verdade sobre o Metal Open Air

Korzus: a verdade sobre o Metal Open Air:
Segue press-release enviado pela banda KORZUS.
Esse fim de semana foi uma mistura de muitas sensações e emoções... No começo, parecia que um grande festival de metal aqui no Brasil estava nascendo de fato... Ficamos felizes com a possibilidade, e ainda mais por ele estar fora do eixo, em uma região mais carente de grandes eventos de Rock e Metal, que é o Nordeste. Estávamos ansiosos para fazer parte de tudo isso. Acreditávamos que seria histórico.
(CONTINUA... leia a matéria completa no link abaixo...)
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Metal Open Air: colunista maranhense critica forças ocultas

Metal Open Air: colunista maranhense critica forças ocultas:
O Colunaço do Peta, apesar do nome e texto geralmente bem humorados, trata-se de um dos mais influentes espaços para divulgação de fatos políticos da capital maranhense.
No dia 22 de abril, o texto abaixo foi publicado, tendo como tema o Metal Open Air.
Por mais absurdo, inconcebível e incrível que possa parecer, o MOA - maior festival de rock das Américas -, realizado em São Luís, que gerou mais de mil empregos diretos e indiretos, e que atraiu cerca de 10 mil turistas para a capital, foi alvo de uma perseguição implacável, às escuras, por parte de 'forças ocultas' que jogam a pedra e escondem a mão!!! Primeiro, tentaram fazer terror com os fornecedores, alegando que o evento não se realizaria!!! Depois, 'tome' fiscalizações e exigências de órgãos públicos estaduais e até tentativa de liminar contra a realização do maior evento desse porte na história da cidade, que este ano completa 400 anos!!! Ou seja, mais uma vez, no 'Estado-Província', interesses de grupos tentam sobrepor aos interesses do povo, que apoiou a iniciativa, apesar de problemas estruturais e da desistência de algumas bandas, desistência essa que também teve o 'dedo' das tais 'forças ocultas'; afinal, até um patrocínio do Estado foi 'barrado', o que dificultou o pagamento dos cachês!!! Bom, e ainda que a cidade ganhasse visibilidade internacional e que a economia ficasse aquecida no período, além de proporcionar outra forma de entretenimento para uma população ávida por esse tipo de produção, a perseguição ocorreu de todas as formas!!! Pior é que tudo isso aconteceu diante de um superevento em que a cidade só tinha a ganhar, e muito, com o sucesso desse festival, cujo êxito mostraria, definitivamente, que São Luís pode ser palco de grandes eventos e ser vista de forma positiva Brasil afora!!! Torcer e trabalhar nos bastidores para o insucesso de um evento desse porte, como aconteceu, é o cúmulo do absurdo..., chega a ser criminoso!!!
(CONTINUA... leia a matéria completa no link abaixo...)
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Casa da Matriz volta a receber shows

Casa da Matriz volta a receber shows:
RIO - É preciso ter mais de 25 anos para lembrar do tempo em que rolavam shows na Casa da Matriz, mas a partir de terça-feira (24), uma galera bem mais jovem também vai poder curtir apresentações ao vivo na boate. Nesse dia, o lugar que nos velhos tempos recebeu Los Hermanos, Carbona, Autoramas e outros grupos importantes, abrirá suas portas para a banda Glass and Glue, às 21h. No estilo garajeiro, com músicos e público no mesmo nível, os shows acontecerão sempre às terças-feiras com ingresso a R$ 10 (se colocar o nome na lista). Pode anotar as atrações das próximas semanas: Lettuce e, em seguida, Beach Combers.
FOSFOBOX 8 ANOS
O clube Fosfobox comemora oito anos com três dias seguidos de festa! Na sexta-feira, 22 DJs de techno e house vão comandar a pista; no sábado, é a vez do pop reinar; e, domingo, véspera do feriado de São Jorge, a casa recebe a galera do rock. Quem entra até meia-noite não paga, e, depois, sai por R$ 25 (colocando o nome na lista).
DIA DO DISCO
Nos EUA, o Record Store Day é um dia no qual as lojas de CDs promovem eventos. O Brasil resolveu aderir ao movimento e, neste sábado, a Livraria Cultura, no Fashion Mall, recebe a cantora Thais Gulin para um sessão de autógrafos. Às 18h rola show do Ritchie. Grátis.
SKA
A festa Robalation recebe a banda de ska Coquetel Acapulco, sábado, na Lapa (Av. Gomes Freire 217). Antes do show, a partir das 22h, também rola muito ska na pista de dança. R$ 18.
HEAVY METAL
Duas das bandas mais importantes de heavy metal do mundo, Anthrax e Misfits, se apresentam, domingo, na Fundição Progresso. É para colocar a casa abaixo. Começa às 20h e os ingressos custam entre R$ 200 e R$ 300 (tem meia).
LUZ, LUZ, LUZ!
Tinta neon e luz negra é o que te espera na festa LED, que rola sexta-feira, no Espaço Acústica. R$ 20, até meia-noite, com nome na lista.
GROOVE
Sábado é dia de black music no Clube Santa Luzia, com os DJs Nepal, Zédoroque e Pathy de Jesus. A festa Guerapa começa às 23h. R$ 50 (mulher) e R$ 60 (homem).
TARSILA
Essa é a última semana da exposição “Tarsila do Amaral – Percurso afetivo” no CCBB - ela sai de cartaz no dia 29. O centro cultural fica aberto de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada gratuita.
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6º ARCA DO ROCK

6º ARCA DO ROCK
Foto depois da festa.