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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Projetos de residência artística assumem a programação de 16 teatros públicos do Rio

Projetos de residência artística assumem a programação de 16 teatros públicos do Rio:
RIO - Prática comum em muitos países da Europa, a gestão de equipamentos culturais por projetos de residência artística se tornou uma realidade nas três esferas públicas que administram os teatros da cidade do Rio. Com novos editais de ocupação lançados no começo do ano, agora, entre os meses de abril e maio, 16 novos coletivos de produtores e artistas começam a operar a programação das salas. Só na Rede Municipal, serão oito espaços funcionando através desse modelo pelos próximos dois anos. A prefeitura investe R$ 2,35 milhões anuais, sem contar os R$ 20,36 milhões destinados ao novo Imperator (leia mais na página 2). Já a Funarte optou por residências menos longas, entre quatro e seis meses de duração. No total, serão investidos R$ 1,65 milhão, montante a ser repartido entre os teatros Dulcina, Glauce Rocha, Cacilda Becker e Duse. O governo do estado soma R$ 600 mil para teatros fora do eixo central da cidade, como o Arthur Azevedo, o Mário Lago e o Armando Gonzaga, localizados nas zonas Norte e Oeste. Para os diretores artísticos entrevistados para esta reportagem, a adoção do modelo nas três esferas é reflexo de uma mudança de mentalidade.
— Os gestores públicos entenderem que um projeto artístico é mais bem conduzido por curadores e artistas, e que eles devem pensar e desenvolver políticas públicas para a cidade — diz Nayse López, que ocupará o Teatro Cacilda Becker.
Diretor do departamento de Artes Cênicas da Funarte, Antônio Gilberto concorda:
— São eles que estão mais próximos do cotidiano da vida artística da cidade.
Entre os teatros da Rede Municipal, apenas o Carlos Gomes ainda aguarda definição sobre o seu projeto de ocupação. Após um primeiro edital que não reuniu nenhuma proposta adequada, a Secretaria municipal de Cultura recebe até o dia 17 de abril novas propostas. A verba prevista para o espaço é de R$ 500 mil anuais. O resultado deverá ser divulgado no início de maio.
Teatro Café Pequeno - Câmbio
Cesar Augusto, Jonas Klabin e André Vieira transformarão o Teatro Café Pequeno num cabaré dos novos tempos, com olhos voltados para a produção teatral e musical contemporânea. O projeto terá R$ 200 mil para a programação, que começa no dia 6 com o musical "Hedwig e o Centímetro Enfurecido", de John Cameron Mitchell. O lançamento do Câmbio é no dia 9. — Esse espetáculo foi um dos maiores sucessos do Câmbio e carrega o nosso DNA — diz Jonas, sobre o musical rock. Entre os projetos do trio estão o "Diário musical", em que atores como Mateus Nachtergaele, Fernando Eiras e Gustavo Gasparani apresentam e conversam sobre músicas que atravessaram suas carreiras; o "Teatro de variedades", com esquetes de até 20 minutos, além do Festival InterCâmbio, com atrações internacionais como o premiado (Drama Desk 2006) monólogo "Christine Jorgensen Reveals", a ópera-poema "Ismène", de Yannis Ritsos, e a peça "Void story", do inglês Tim Etchells.
Teatro Ipanema - No Lugar
Nova aquisição da prefeitura, o Teatro Ipanema recebe a partir de maio a No Lugar, que terá uma verba de R$ 300 mil. Rodrigo Nogueira, Michel Blois e Fabrício Belsoff, do coletivo Pequena Orquestra, apostam no intercâmbio entre novos e consagrados grupos de teatro, com peças de trupes como a Cia. dos Atores, de Enrique Diaz, a Cia. de Teatro Íntimo, de Jô Bilac, Os Fodidos Privilegiados, de João Fonseca, e Foguetes Maravilha, de Felipe Rocha. Projetos de formação artística e trabalhos com encenadores internacionais também estão nos planos. Na abertura, que acontece em maio, está confirmada a peça "Dentro", da Pequena Orquestra, e o próximo trabalho da Cia. dos Atores, com direção de Bel Garcia.— A síntese da ocupação é o diálogo. Entre o Teatro Ipanema de ontem e o de hoje, entre jovens coletivos e companhias estabelecidas, obras prontas e outras em construção — diz Nogueira.
Espaço Sérgio Porto - Entre
O projeto Entre volta a ocupar o Espaço Sérgio Porto nesta quarta-feira. Liderado por Daniela Amorim, Joelson Gussom e Marta Vieira, a ocupação, que terá R$ 300 mil anuais e durará dois anos, inicia com uma intervenção do Coletivo Gráfico, show da banda Do Amor — com participações de Rodrigo Amarante, Moreno Veloso e Pedro Sá — e uma miniedição do CEP 20.000. Na quinta, o grupo belga tg STAN se apresenta pela primeira vez no país com “OF/NIET”, uma mescla dos textos “Party time” (1991), de Harold Pinter, e “Relatively speaking” (1965), de Alan Ayckbourn. Já no dia 13 o diretor Diogo Liberano estreia “Sinfonia sonho”, e no dia 26 chega a Mostra Interarte, unindo arte e tecnologia. O trio aposta na convergência e no cruzamento de propostas artísticas contemporâneas que envolvam artes visuais, dança, teatro e música. — É um trabalho voltado para artistas que têm uma pesquisa e buscam trabalhar sobre as fronteiras de formas já estabelecidas. Queremos expandir esse perfil — diz Daniela.
Teatro Armando Gonzaga - Entre_Armando Gonzaga
Desdobramento do projeto Entre, a Entre_Armando Gonzaga vai levar a Marechal Hermes teatro, dança, música e performances no palco e nos jardins de Burle Marx que cercam o prédio projetado por Affonso Eduardo Reidy. Daniela Amorim aposta na palavra "descentralização" para levar artistas e espetáculos para fora do eixo da Zona Sul. A inauguração será no dia 5 de maio, com um show de Serginho Procópio, da Velha Guarda da Portela. No dia 6, o rapper Dudu de Morro Agudo se apresenta. A ligação com a cultura hip hop terá vez com os eventos Mixtureba Enraizados e Liga o Mic. O projeto terá R$ 320 mil.
Teatro Maria Clara Machado (Planetário) - Ágora
Fabianna de Mello e Souza busca na origem do termo grego o objetivo da sua residência, que receberá R$ 200 mil. — Ágora era a grande praça pública grega, e queremos dar ao Planetário uma vocação popular — diz Fabianna.Diretora da Companhia dos Bondrés e ex-integrante do Théâtre du Soleil, da diretora Ariane Mnouchkine, ela quer transformar o espaço num centro de convergência entre pesquisas modernas e tradições populares, como o topeng balinês, o kabuki, a commedia dell’arte, palhaçaria e manifestações brasileiras como o mamulengo e o reisado. Tudo começa no dia 6 com "Instantâneos", dos Bondrés, enquanto no dia 10 os formando da CAL estreiam "Eu me afogo em qualquer poça". Para a abertura, a residência traz a oficina "Théâtre Du Soleil — Criação coletiva sob o olhar do ator criador". Às terças e quartas, o "Novas cenas" recebe jovens artistas e seus espetáculos, e às quintas a música assume a casa.
Teatro Ziembinski - Os Ciclomáticos
O teatro da Tijuca vai receber peças e atividades para o público infantil e adulto. No programa, montagens do repertório dos Ciclomáticos e de novos nomes da cena carioca e do estado. Com direção artística de Ribamar Ribeiro, Marcos Paulo e Renato Neves, a ocupação, que receberá R$ 250 mil, começa no dia 4 de maio com “Super Coffin ou sonho de uma noite de velório”, de Odir Ramos da Costa.
Teatro Arthur Azevedo - Escola Livre de Teatro
Valquíria Ribeiro e Alexandre Damascena coordenam a Escola Livre de Teatro, voltada para a formação de atores e autores, com experimentações tiradas do cotidiano do bairro de Campo Grande. Uma das montagens de abertura do programa, que ocorre em maio, parte de uma pesquisa de campo, em que histórias de moradores serão encenadas. Eles receberão R$ 180 mil para o projeto.
Teatro Cacilda Becker - Dança Pra Cacilda!
Diretores artísticos do Festival Panorama, Nayse López, Eduardo Bonito e Carla Lobo conduzem a dança no Cacilda entre 18 de abril e meados de setembro. Localizado no fundo de uma galeria no Catete, a ocupação tem o desafio de tornar o espaço mais visível.— A ideia é propor uma dança inventiva, que circule entre disciplinas — diz Nayse, que contará com R$ 400 mil. — Teremos performances que sairão dos limites da sala para ir à rua e estabelecer uma relação com as pessoas, atraí-las para dentro do teatro.A programação vai do pop ao experimental, com música, moda, artes visuais e toy art. A estreia fica com o coreógrafo Fabian Gandini, com “Pieza para pequeño efecto”, em que cria vídeos com bonecos e efeitos de luz. Os residentes planejam mini-ocupações de artistas brasileiros e estrangeiros, com laboratórios de criação de até duas semanas. Já o projeto Novíssimos levará jovens artistas ao palco.
Teatro Dulcina - Dulcina abraça o Sul
Para a maior de suas salas, o Teatro Dulcina, a Funarte selecionou um projeto que traz as melhores obras gaúchas dos últimos três anos, com oito peças entre abril e julho. À frente do projeto está o produtor Pablo Oliveira, que terá uma verba de R$ 600 mil. O público irá conferir monólogos às quartas, dramas e comédias de sexta a domingo. O abraço começa no dia 11 de abril, com “A comédia dos erros”, de Shakespeare, encenada pela Cia. Stravaganza. Já no dia 13, o Depósito de Teatro encena “Isaias in Tese”. No dia 18 estreia “Histórias de uma tigresa”, de Dario Fo, e em 4 de maio, “Goela abaixo”, inspirado na vida do dramaturgo e ex-presidente checo Václav Havel. — Queremos atrair tanto os frequentadores do entorno como estudantes e pessoas do meio — diz Pablo.
Teatro Duse – Os Bonecos Pedem Passagem
À frente do Grupo Bonecos em Ação, Susanita Freire quer fazer do Duse a casa do Teatro de Bonecos. Entre abril e agosto, a ocupação recebe R$ 150 mil para montagens de Rio, Curitiba, São Paulo e de países como Chile e Uruguai. O lançamento será dia 14, com um cortejo nas ruas de Santa Teresa, com bonecos e os músicos do bloco Céu na Terra. No dia 15 o Trança de Folia estreia “Um concerto para o sol”.
Teatro Glauce Rocha - Cultura negra em cena
Se depender das produtoras Laura Castro e Marta Nóbrega, entre abril e julho o Glauce se torna um centro de referência do teatro e da cultura negra. A proposta terá R$ 500 mil para trabalhar com linguagens brasileiras. O programa começa dia 12 com o musical “Galanga, Chico Rei”, de Paulo César Pinheiro e direção de João das Neves. — A ideia é propor uma revisão da História do Brasil sob o prisma da cultura afro-brasileira — diz Laura.No dia 19, “Namíbia, não!” assume o teatro, com direção de Lázaro Ramos, e em 31 de maio João das Neves e Paulo César Pinheiro retornam com “Besouro Cordão de Ouro”. A única estreia ocorre em junho, com “Histórias de Jilú”, dirigida por Renato Carrera.
Teatro Gonzaguinha - Vem!
A ideia do diretor Alexandre Mello é transformar o Gonzaguinha, no centro Calouste Gulbenkian, num ateliê em que artistas convidados tecem colaborações durante três meses com nomes do teatro e da dança. A série começa em 10 de abril com Oscar Saraiva. Em julho será a vez de Inez Viana; em outubro, Márcia Rubin; e em janeiro de 2013, Gilberto Gawronski assume o projeto. Além dos ateliês, o Vem!, que terá R$ 200 mil, propõe 12 incubadoras experimentais para teatro e dança. No dia 12, Oscar Saraiva encena “Barba Azul”.
Teatro Mário Lago - Potengy
O projeto dos produtores culturais Felipe Machado e Marcelo Guilherme inicia amanhã e pretende agregar no teatro da Vila Kennedy o melhor da Zona Oeste. O ponto alto é a realização do 2º Festival Impacto Cultural Zona Oeste, com apresentações de teatro, dança, música, cinema e artes visuais em datas a serem definidas. O Potengy conta com uma verba de R$ 100 mil.
Sala Baden Powell - Rio Som e Cena
A música em suas mais variadas acepções domina a sala Baden. Com o objetivo de unir espetáculos clássicos e populares, plateias jovens e da terceira idade, shows e teatro musical, o projeto Rio Som e Cena, de Thiago Ramires e Priscila Seixas da Costa, foca na cultura musical brasileira. Com uma verba de R$ 400 mil, a residência abre em 19 de abril com a série “Trilhas brasileiras”, cuja direção artística é de Tim Rescala. O primeiro show é “Música para imagem com Sérgio Ricardo”. Em maio, o projeto “Rio antigo” traz Henrique Cazes homenageando Noel Rosa e Pixinguinha, além de “Zé Keti: o musical”. Os centenários de Luiz Gonzaga e Nelson Rodrigues também serão lembrados.

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Foto depois da festa.