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segunda-feira, 30 de abril de 2012

South by Southwest, o festival onde surgem as novas promessas da música americana

AUSTIN, Texas — Os músicos da banda Alabama Shakes são um bom exemplo de como se alcançar o sucesso no século XXI. Eles leram a primeira matéria sobre si próprios na internet há cerca de nove meses e começaram a tocar em casas lotadas por fãs entusiasmados após lançar às pressas um EP apenas três meses depois. Essa semana o quarteto chegará ao ápice da exposição - por enquanto - com uma agenda lotada nos cinco dias do festival South By Southwest (SxSW), em Austin, Texas.
Com milhares de repórteres, blogueiros, fãs e representantes da indústria da música se empurrando para assisti-los, além da natureza imediatista do "curtir" ou "não curtir" da internet, eles serão julgados, mas nem sequer lançaram seu primeiro disco - que chega às lojas nos EUA em abril. Ainda assim, o baterista Steve Johnson acha que o grupo está pronto para os holofotes.
"Acho que funcionamos bem sob pressão", afirma, "Às vezes, se sentimos uma pequena pressão, a temperatura aumenta e em outros casos ela nos leva a tocar de formas que não fizemos antes".
Justin Gage, do blog de música "Aquarium Drunkard", que promove um evento com a banda no SxSW deste ano, diz que o Alabama Shakes é o tipo de grupo que o festival busca desde o princípio.
"O South By Southwest é o principal mostruário ou festa de formatura para uma banda, especialmente uma como a Alabama Shakes, que teve tanta atenção nos últimos seis meses", opina Gage, que participa do SxSW há 15 anos, "Qualquer um que tenha alguma relação com a indústria da música estará no South By Southwest. É a oportunidade perfeita para uma banda como essa, que já está sendo muito falada".
Mas o Alabama Shakes não é a única banda que "precisa ser vista" no festival deste ano. O bluesman de Austin Gary Clark Jr., a cantora soul britânica Michael Kiwanuka, a banda punk do Brooklyn The Men e o rock psicodélico do The War on Drugs também chamam a atenção.
Por outro lado, mesmo os grupos mais hypados dos EUA têm cada vez mais dificuldade com a chegada dos medalhões ao festival até então conhecido por receber artistas emergentes. Este ano, o SxSW receberá o maior nome de sua história, com Bruce Springsteen confirmado como palestrante e para um show de promoção de seu novo álbum, "Wrecking Ball". Jay-Z deu início à semana com uma performance de 80 minutos cheia de hits, na noite de segunda-feira - apesar da parte musical do SxSW, que também inclui cinema e artes interativas, só começar na terça.
Os dois são apenas a ponta da lista VIP. Lil Wayne, 50 Cent, Nas, T.I., B.o.B. e vários outros artistas de rap estarão presentes e existem rumores persistentes de que Eminem pode aparecer. Norah Jones também vai se apresentar, assim como Jack White, Fiona Apple e Santigold. Isso significa que as bandas novas agora precisam ser conhecidas antes de chegar.
Gary Clark Jr já está no estágio 2 do processo. Ele cresceu em Austin e tocou esporadicamente no festival ao longo dos anos. Mas alcançou alguma fama no ano passado, quando tocou no Bonnaroo e lançou um EP. Coroou o bom momento abrindo para Eric Clapton no Brasil e tocando para o presidente Barack Obama, eventos que classificou como "um sonho, na verdade um pouco surreais". Esse ano ele terá mais espaço com oito shows do SxSW, enquanto se prepara para lançar seu primeiro disco em setembro.
Esse é o tipo de estímulo que as estrelas e anunciantes buscam quando vem a Austin e a presença deles mudou as coisas para o bem e para o mal, na opinião dos participantes veteranos do evento. Charles Aaron, editor da SPIN, acredita que as novas bandas estão ficando perdidas na confusão que o SxSW se tornou nos últimos anos.
"Acho que quando a internet surgiu tudo virou uma loucura e, depois disso, você não consegui nem andar por aqui. Era uam multidão gigante", diz ele.
Mas Aaron também acredita que a conferência se tornou mais interessante por conta da diversidade que a evolução proporcionou.
"O principal no South By Southwest agora é a variedade muito maior. Não é mais um festival de indie rock ou mesmo um evento das grandes gravadoras. Todos os gêneros estão representados."

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Foto depois da festa.