Teve início, quinta-feira à noite, a 6ª edição do Jameson Routes – festival que, ao longo dos anos, se tem afirmado nas novas tendências de música moderna. À semelhança das edições anteriores, a entrada no primeiro dia foi gratuita. Para os restantes dias de festival, o preço é de 10 euros, com direito a uma Jameson de oferta.
O concerto de Anarchicks, marcado para as 23h00, começou com meia hora de atraso. Nos planos da banda estava a apresentação do seu primeiro registo longa duração, com lançamento marcado para o início do próximo ano. Ao longo da interpretação dos temas novos e de outros mais antigos – presentes no EP “Look What You Made Me Do” -, o coletivo feminino lisboeta explorou sonoridades eletrónicas, misturadas com punk-rock e pequenos apontamentos no campo do metal.
Os Youthless subiram ao palco por volta da 1 da manhã. A composta pedaleira de efeitos de Sebastiano Ferranti (baixo) e o sintetizador que acompanhava Alex Klimovitsky na bateria faziam adivinhar o momento musical que se seguia, cheio de experimentalismo. Mas, não é só a componente experimental que caracteriza Youthless. O groove contagiante e a agradável melodia do duo viciam quem os ouve e, ao final do primeiro tema, toda a plateia dançava, rendida, ao ritmo dos lisboetas.
Temas como “Good Hunters”, “Drugs” e “Monsta” fizeram parte do cardápio para esta noite, onde houve direito a participações imprevistas. Ben Westbeech – artista que viria a tocar após Youthless – foi chamado ao palco para tocar bateria, enquanto Alex Klimovitsky, de microfone na mão, saltou, cantou e dançou no meio do público.
A atuação continuou até ao final com um certo delírio insano, por parte do duo e de quem o acompanhava – mais tarde, as próprias Anarchicks. A «demência» em demasia, em conjunto com a tentativa, falhada, de cantar o tema “Love Buzz”, dos Nirvana, acabaram por prejudicar Youthless, que começaram bem, mas, infelizmente, acabaram da pior maneira: com uma cover de Black Sabbath sem sal e mal interpretada, deixando no ar a ideia que a banda podia ter feito bem melhor.
A demora na troca para Breach (aka Ben Westbeech) levou a que o Musicbox esvaziasse ligeiramente. O DJ e produtor, que já trabalhou com nomes como Jazzanova, subiu ao palco por volta das 02h30, sendo o primeiro e único artista internacional da noite a atuar no Musicbox. “É a primeira vez que toco em Portugal, preciso de ver algum amor pela música house!", exclamou o DJ, proporcionando um set rico, não só em house, mas também em drum & bass e dubstep. Breach demonstrou por muitas vezes o seu skill a misturar, com recurso a scratch e passagens sincronizadas de forma exemplar.
Rui Martins Pereira, mais conhecido como Rui Trintaeum – antigo proprietário e DJ residente do espaço Trintaeum, no Porto – subiu ao palco por volta das 04h40. Com uma boa prestação técnica – fruto dos anos de experiência que o DJ da Cidade Invicta acarreta – Rui viria a encerrar a primeira noite do Jameson Routes - uma noite maioritariamente nacional, contemplada por atuações razoáveis, que servem de aperitivo às próximas etapas.
Na sexta-feira, o festival seguiu com Lapalux, Planningtorock, Jacques Renault e Rui Murka, a partir das 23:30.
Texto: Manuel Rodrigues
Fotografias: Bruno Lino
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