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domingo, 4 de dezembro de 2011

The Duke Spirit, "Bruiser": À terceira não é de vez

The Duke Spirit, "Bruiser": À terceira não é de vez:

“Bruiser”, um título forte. Mas força é, precisamente, o que falta no terceiro álbum de originais dos britânicos The Duke Spirit, que, neste álbum, se revelam mais maduros, embora excessivamente cautelosos. Desta cautela, que não é residual, surge-nos uma mediana proposta que, embora fique no ouvido, denota uma masterização excessiva e uma necessidade desesperante em fazer um bom álbum.

Essa esforçada necessidade talvez tenha legitimado a banda a abandonar o registo de “Neptune”, de 2008, claramente mais cru e rasgado, e optado por uma sonoridade mais construída e completa. "Bruiser" não profana de maneira nenhuma o rock que ostenta, possuindo poderosas linhas de baixo e baterias a condizer, como que a encaixar na perfeição com a voz melódica de Liela Moss, no entanto, é contra producente, no sentido em que perde imprevisibilidade e originalidade, não nos deixando, após ouvirmos, aquele “bichinho” para nova audição.

“Bruiser” arranca com “Cherry tree”, uma catchy song que retrata na perfeição o que o álbum tem para nos oferecer. Mexida, negra em determinadas partes, é nos riffs de guitarra que esta se assume bem mais categórica. “Procession”, a fazer lembrar uns menos explosivos “Guano Apes”, é seguida de “Villain”, onde finalmente se vê a faceta mais melódica de Liela Moss, devidamente acompanhada por um piano, naquele que é o tema mais negro do álbum.

Seguem-se “Dont wait” e “Surrender”, primeiro single retirado de “Bruiser”, que nos capta com um refrão apelativo, onde as influências de um “jump rock” são claras. Já “Bodies” revela-se como a canção mais complexa, quer a nível de construção, quer a nível de composição de todo o registo. Uma boa faixa, com boa progressão e uma interessante presença de um piano entre o devaneio sob a forma de riffs das guitarras.

“De lux” e “Sweet bitter sweet” assumem-se como boas faixas, de leve audição, denunciando, no entanto, uma certa sensação de deslocação, como se não pertencessem ao álbum que estamos a ouvir. É claramente aqui que o álbum perde mais fulgor, não acompanhando os anteriores registos. Contudo, é interessante a posição dos dois temas, pois assumem-se como um break para recebermos “Running fire” e “Everybody`s under your spell”.

Da sonoridade rock de “Everybody`s under your spell” passamos para a mais sentimental “Northbound”, que se assume diferente do restante álbum, um pouco mais pausada, deixando as notas da guitarra respirar em contexto com o registo vocal, chegando a ser demasiado repetitiva em determinadas partes. “Homecoming” encerra o album com um sentimentalismo pouco característico, revelando uma zona de conforto para a vocalista, Liela Moss. A maneira como esta coliga uma letra pesada com uma sonoridade melancólica dá resultado, assumindo-se a faixa como a balada do álbum.

Neste registo, denota-se esforço da banda em fazer um bom álbum, no entanto, a falta de espontaneidade, a rigidez de composição e um excesso de makeover denunciam falta de ambição em atingir um patamar no qual os “The Duke spirit” se possam finalmente cimentar, com ideias refrescantes e próprias.

Jorge Alexandre Dias

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Foto depois da festa.