Jello Biafra volta ao Rio com sua nova banda:
RIO - Não é por acaso que um cara como Jello Biafra tem uma banda chamada Guantánamo School of Medicine.
— Algumas daquelas pobres pessoas estão lá (na prisão de Guantánamo) há quase 12 anos. E uma das razões porque eu acho que não as levam a julgamento é porque o governo americano não quer que o mundo saiba que elas ficaram loucas depois desse tempo todo — acusa o vocalista, fundador dos Dead Kennedys (os "Kennedys Mortos", lendária banda punk californiana), que se apresenta nesta quarta, no Teatro Odisséia, com seu GSOM (a festa começa às 20h, com abertura da banda Halé).
Da era Bush, quando Guantánamo foi lotada de acusados de terrorismo, até hoje, com Barack Obama na presidência, pouco mudou, garante Jello.
— Quando ninguém está olhando, Obama tem feito muito mal aos direitos humanos, deixando passar leis muito piores que as de Bush — diz ele, que traz para o palco canções do novo álbum da banda, "Enhanced methods of questioning". Um disco musical$bem variado.
— Nós fazemos muitas coisas, não é só punk rock. Mas até o punk que fazemos é, de certa forma, único — diz Jello, que confessa não aguentar o tal de pop punk. — Tem um monte de bandas que parecem os Eagles (ídolos do rock de FM dos anos 1970), só que com guitarras barulhentas. As letras estúpidas são as mesmas.
É a terceira vez que Jello Biafra vem ao Brasil. Em 2010, ele fez turnê com o GSOM. E, em 1992, debutou no país a convite do jornalista André Barcinski, que lançava o livro "Barulho". Ele acabou ficando no Rio para a Eco 92 e para alguns shows com o grupo francês Mano Negra (do cantor Manu Chao) e com o Sepultura e os Ratos de Porão.
— Um dia, um simpático estranho ofereceu-me pouso. Dias depois descobri que ele era um astro de rock, o Renato Russo — conta Jello, que dedicou ao legionário o show de 2010 no Rio. — Renato era muito corajoso. E amoroso. Ele vivia me perguntando: "Jello, você já esteve apaixonado?" — diverte-se o veterano punk, ainda agitando aos quase 54 anos de idade
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