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terça-feira, 24 de maio de 2011

Adeus velhice

Adeus velhice: "

Estava no show do John Fogerty (leia aqui), 65, e meu amigo, 47, virou e disse: que engraçado vir em show de velho. Ele vai a muito show de artista novo, porque é produtor musical.


Ficou rindo dos tiozinhos de camiseta do Jack Daniel's e rabo de cavalo, balançando as papadas ao som de hits de quarenta anos atrás. Perto da média de idade do público, ele e eu éramos garotões.


E, na verdade, somos. Porque a expectativa de vida mudou, e porque a expectativa do que você deve fazer da sua vida adulta mudou. Com o envelhecimento das populações do mundo, mais e mais estudos estão sendo realizados sobre a famosa terceira idade. O planeta Terra nunca mais será tão jovem quanto hoje. Isso tem implicações aos montes.


Nos Estados Unidos, principalmente, todas as grandes instituições acadêmicas estão mergulhadas no assunto, à medida que a geração baby boomer, nascida depois da Segunda Guerra Mundial, entra oficialmente na idade da aposentadoria, sem sinais à vista de poder parar de trabalhar.


Em 1960, menos de 10% dos americanos tinha mais de 65 anos, e a expectativa de vida era só um pouquinho acima disso, menos de 79 anos. Estudos demográficos indicam que em 2030, a expectativa média será acima dos 80 anos - o que significa que muita gente vai estar batendo nos cem - e mais de 20% dos americanos terão acima de 65 anos.


Está na cara que só milionário vai poder se aposentar aos 65. A questão principal é: mas vai querer? Quando muita gente tiver expectativa de vida de 90 anos, aos 60 você ainda terá um terço dela pela frente. Um terço com mais pelancas e ossos esburaquentos, fato, mas um terço mesmo assim.


Como serão, seremos?


Recentemente, a American Society on Aging publicou uma edição especial de sua revista Generations, dedicada ao futuro da velhice. Junto, organizou uma conferência anual em São Francisco com pesquisadores do assunto para debaterem desafios e soluções. O insight mais interessante que o encontro rendeu: quem tiver 70 anos em 2050 terá crescido jogando videogames e usando a internet - e, portanto, acostumados a uma vida social virtual intensa.


Um estudioso da Westchester University, Douglas McConatha, desenvolveu uma teoria sobre o assunto, que batizou de E-Quality Theory of Aging.


Para ele, a revolução industrial marginalizou os velhos, simplesmente porque eles não têm a energia necessária para trabalhar em fábricas. Com tantas mudanças na economia e com o impacto da internet, a revolução digital está diminuindo drasticamente o número de coisas importantes economicamente que um velho não consegue fazer.


Some isso ao poder econômico desta faixa da população, e a tendência está clara: os velhos recuperarão grande parte do status que perderam no século 20. Envelhecer continuará sendo um luxo melancólico. Mas muito menos doído para muito mais gente. Se você importa até o final, e se o final está mais longe, é uma boa vida.


Espero que os especialistas estejam certos. Terei 85 anos em 2050 e espero passar dos cem - e espero jogar videogames, escrever no meu blog e ir a shows de rock até o último suspiro.


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